A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), especificamente a unidade da Amazônia Oriental, está em processo de estabelecer uma parceria com a Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), com o intuito de promover a transferência de tecnologia e ampliar a verticalização da produção agrícola por meio da indústria paraense. Na manhã de quarta-feira, 25, o chefe-geral da Embrapa, Walkymário Lemos, acompanhado por Bruno Giovany, chefe-adjunto de transferência tecnológica da Embrapa, participou de uma reunião significativa na sede da Fiepa em Belém. O encontro contou com a presença do presidente da entidade, Alex Carvalho, e empresários de diversos setores, todos empenhados em definir estratégias colaborativas.
O evento teve como tema, “Oportunidades de Parcerias em Inovações e Negócios”, onde a Embrapa apresentou suas contribuições em pesquisas e estratégias voltadas para uma agropecuária moderna e sustentável, destacando seu potencial transformador. Walkymário Lemos enfatizou a importância da parceria entre o setor público e privado, ressaltando que essa colaboração pode agregar valor aos modelos de desenvolvimento sustentável.
“Vamos preservar os sistemas vegetal e animal através de parâmetros científicos, apresentando ao mundo, durante a COP 30, nosso potencial como modelo de agropecuária sustentável. É fundamental desmistificar a percepção negativa que envolve o setor, que tem avançado não apenas em tecnologia, mas também em práticas florestais e de manejo”, afirmou Walkymário.
Presente em todos os nove Estados da Amazônia, a Embrapa tem realizado uma contribuição significativa em estudos e pesquisas sobre solo, fauna e vegetação. Aproximadamente um terço de sua força de trabalho está concentrado no Pará, com quase 400 profissionais dedicados a pesquisas que vão de A a Z, do açaí ao zebu, em tom brincalhão.
Os principais avanços identificados nas pesquisas incluem a verticalização de produtos como açaí, óleo de dendê, mandioca, pimenta do reino e cupuaçu, além de barras de cereais compostas por frutos e castanhas regionais, como tapioca, que têm conquistado espaço no mercado e na merenda escolar. O pirarucu em conserva, desenvolvido pela Embrapa, também possui um mercado promissor, assim como as práticas de apicultura e meliponicultura, que são essenciais para a polinização das plantas.
Além disso, as fruteiras nativas estão passando por novos cultivares, com ênfase no desenvolvimento de clones e no controle de pragas que têm ameaçado culturas em todo o mundo. A Embrapa também se dedica à piscicultura familiar sustentável, ao manejo de pastagens regenerativas e ao conforto dos animais, utilizando sombreamento em sistemas agroflorestais, cada vez mais adotados pelos criadores, o que contribui para a captura de carbono da atmosfera.
Bruno Giovany abordou a importância do manejo florestal de espécies nativas, a inovação e inclusão por meio de alta tecnologia, além da necessidade de cursos e capacitação para grupos multiplicadores. Ele destacou o desenvolvimento e a transferência de tecnologia, enfatizando a prestação de serviços continuados aos produtores.
O executivo também mencionou empresas como Sococo, Amazon Flora e Agropalma, que utilizam tecnologias inovadoras para a produção no campo e no extrativismo, gerando emprego e renda para as comunidades que defendem as florestas. Destacou ainda a produção de tecelagem, impulsionada pelo aumento da cultura de juta e malva, o restauro florestal de áreas degradadas e a valorização de produtos da floresta, como andiroba e copaíba.
Por fim, o presidente da Fiepa, Alex Carvalho, avaliou de forma positiva o evento, que deve selar a parceria com a Embrapa, abrindo novas oportunidades para o desenvolvimento sustentável no Pará.
Texto e imagens: Reginaldo Ramos/R3 Comunicação