O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, prometeu que o Líbano fará Israel se arrepender após os ataques contra o Hezbollah, que resultaram na morte do chefe do grupo terrorista, Hassan Nasrallah, neste sábado (28). O movimento extremista libanês era considerado a maior arma do Irã, e diante de seu repentino enfraquecimento perante às ações de inteligências israelenses, o especialista Vitélio Brustolin, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF), enxerga a possibilidade de que o Irã recorra a uma resposta nuclear.
– Algum movimento do Irã deve vir, especialmente se o Irã conseguir fabricar sua primeira bomba nuclear, ou pelo menos [fabricar ogivas] em alguma quantidade maior, chegando a um nível próximo ao da Coreia do Norte, que hoje tem 50 ogivas – disse ele, segundo informações do portal G1.
De acordo com Brustolin, nem mesmo os aliados do Irã enxergam com bons olhos que o país desenvolva armas nucleares.
– Imagine o Irã, que é um país que usa grupos terroristas como instrumento de política externa, com armas nucleares. A gente começa a falar de terrorismo nuclear. Não é algo que interessa a ninguém, nem mesmo à Rússia – assegurou.
A morte de Nasrallah abalou as estruturas geopolíticas da região, visto que o líder do Hezbollah era visto como “insubstituível” desde 1992, e o grupo tido como a milícia mais poderosa do planeta. Era o Hezbollah, inclusive, que dissuadia Israel e Estados Unidos de se aventurarem em uma guerra direta contra o Irã.
Nos últimos dias, Israel lançou uma ofensiva contra o Hezbollah devido à ajuda prestada pelo grupo ao Hamas, que se encontra em guerra com as Forças de Defesa Israelenses (FDI) desde o ataque de 7 de outubro de 2023.
A resposta em série contra o Hezbollah incluiu até mesmo sabotagem de pagers e walkie-talkies usados pelos integrantes do grupo, que explodiram devido a uma ação de inteligência que teria sido realizada por Israel. O golpe que decapitou o comando do Hezbollah aconteceu neste sábado, quando Israel bombardeou Beirute, matando lideranças do grupo.
Agora, o mundo assiste o desenrolar dos próximos acontecimentos, ciente de que estamos à beira de uma “guerra total” no Oriente Médio. Os rumos da região vão depender dos próximos passos de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, e do aiatolá Ali Khamanei.
Fonte: Pleno News/ Foto: EFE/EPA/HO