Durante o Fórum Econômico Brasil-França na sede da Fiesp, o presidente francês, Emmanuel Macron, manteve uma firme posição contra a continuação das negociações do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, apesar dos apelos e insistência do presidente Lula (PT). Macron enfatizou a necessidade de atualizar o acordo para refletir as mudanças nas agendas diplomática e de negócios desde sua formulação há 20 anos, com foco especial na biodiversidade e no clima.
“O acordo com o Mercosul, tal como está sendo negociado atualmente, é um péssimo acordo. Para vocês e para nós. Porque foi negociado há 20 anos. A vida diplomática, a vida dos negócios, mudaram muito”, declarou Macron, argumentando que é crucial “reconstruir [o acordo] pensando no mundo como ele é hoje”.
A presença de figuras de importantes do governo Lula, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda Fernando Haddad, não foi suficiente para mudar a postura do líder francês, que vê a defesa do clima e da biodiversidade como elementos centrais para quaisquer futuros acordos.
“Eu não defendo, não posso defender”, disse Macron sobre o atual estado das negociações, sugerindo a necessidade de um novo tratado que incorpore objetivos modernos, incluindo a luta contra o desmatamento e as mudanças climáticas. Essa posição de Macron segue suas declarações anteriores de que as negociações em torno do acordo estavam “encerradas” por considerar a proposta “antiquada”. O acordo, que começou a ser negociado no final dos anos 1990 e teve uma etapa concluída em 2019, enfrenta oposição na França, especialmente por temores de que possa prejudicar o setor agrícola local e colocar empresas francesas em desvantagem competitiva devido a diferentes padrões ambientais.
Imagem: Reprodução/Hora de Brasília