O brasileiro está trocando o controle da TV paga pelos serviços de streaming. Segundo o IBGE, 43,4% dos lares do país já assinam alguma plataforma digital de vídeo, enquanto apenas 24,3% ainda mantêm a tradicional TV por assinatura. O dado representa quase o dobro de casas com acesso aos serviços online sob demanda, como Netflix, Globoplay e Amazon Prime.
A pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (25), revela que quase 4 milhões de domicílios deixaram de pagar TV por assinatura entre 2016 e 2024. Atualmente, dos 75,2 milhões de lares com televisão, 32,7 milhões usam streaming, enquanto a TV paga ficou em 18,3 milhões.
Menos interesse, não preço
O levantamento mostra que o motivo da queda da TV paga mudou: não é mais o valor, e sim a falta de interesse. Em 2016, 56,1% dos entrevistados diziam que o preço era alto demais. Em 2024, esse número caiu para 31%. Por outro lado, o desinteresse subiu de 39,1% para 58,4% no mesmo período.
O analista do IBGE, Gustavo Geaquinto Fontes, explica que, embora a pesquisa não pergunte diretamente o motivo da perda de interesse, é possível relacioná-lo ao crescimento de outras formas de entretenimento. “Possivelmente, o motivo seja o acesso a vídeos, filmes e séries por outros meios, como os serviços de streaming”, afirma.
Streaming cresce e muda o jeito de assistir TV
Desde 2022, quando o IBGE passou a registrar dados sobre plataformas digitais de vídeo, os serviços de streaming ganharam espaço em quase 2 milhões de novos lares. Os conteúdos, que podem ser assistidos sob demanda, atraem por oferecer mais liberdade e variedade de escolha.
Ainda assim, o streaming não está substituindo completamente outras formas de assistir TV. Segundo o IBGE, 86,9% dos domicílios com streaming também recebem sinal de TV aberta. Já o sinal de TV paga está presente em 39,7% desses lares, número que era um pouco maior em 2022 (41,5%).
Um dado curioso é que 8,2% das casas com streaming não têm nem TV aberta, nem TV paga usam apenas os canais digitais. Em 2022, essa fatia era de 4,7%.
Streaming é mais comum em casas com maior renda
O acesso ao streaming ainda está ligado à renda. Nas casas com plataformas digitais pagas, o rendimento médio mensal por pessoa é de R$ 2.950. Nos domicílios sem streaming, a média é menos da metade: R$ 1.390.
Desigualdades regionais persistem
O acesso ao streaming também varia conforme a região do país. Enquanto quase metade dos lares do Sul (50,3%), Sudeste (48,6%) e Centro-Oeste (49,2%) têm streaming, esse índice é de 38,8% no Norte e apenas 30,1% no Nordeste.
Mais TVs, mas em menos casas
Outro destaque da pesquisa é a queda no percentual de domicílios com aparelho de televisão: de 97,2% em 2016 para 93,9% em 2024. Porém, como o número total de residências cresceu no país, o número absoluto de TVs aumentou de 65,5 milhões para 75,2 milhões no mesmo período.
Apesar da ascensão das plataformas digitais, a TV aberta segue presente em 86,5% das casas brasileiras, e o sinal por antena parabólica chega a 21,3% dos domicílios embora apenas 1,5% dependam exclusivamente da parabólica para assistir televisão.
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