Juliana Garcia dos Santos Soares, de 35 anos, que foi brutalmente agredida com 61 socos no rosto pelo ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral dentro de um elevador em Natal (RN), após uma discussão motivada por ciúmes, recebeu na noite de quarta-feira (20 de agosto de 2025) a Medalha Maurício de Nassau do Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau), em Natal.
Emocionada, Juliana compartilhou nas redes sociais um trecho desse momento inesquecível, dizendo: “Em meio à rotina extensa de tratamentos e remédios, uma noite pra guardar no meu coração para sempre!”
Durante a colação de grau, o reitor André Lemos homenageou Juliana de forma comovente: “Uma mulher… com sua força indomável. Juliana enfrentou um dos episódios mais brutais de violência que a nossa sociedade já testemunhou… Ato que foi tentativa de feminicídio… Ao receber esta medalha de honra, Juliana representa algo muito maior do que uma premiação individual.”
O espancamento ocorreu em 26 de julho, no elevador do condomínio onde vivia a vítima, em Ponta Negra. As câmeras registraram cada soco desferido por Igor. Juliana ficou com o rosto totalmente desfigurado, sofrendo múltiplas fraturas na face e no maxilar.
O agressor foi preso em flagrante, teve sua prisão convertida em preventiva e responde por tentativa de feminicídio um crime que, segundo a promotoria potiguar, reflete a gravidade e potencial letal da violência cometida. O processo segue em segredo de Justiça.
Em paralelo, Juliana passou por uma complexa cirurgia de reconstrução facial no Hospital Universitário Onofre Lopes (UFRN), no dia 1º de agosto. O procedimento, com quase sete horas de duração, foi bem-sucedido e ela se encontra em recuperação.
O caso de Juliana chocou o país. Especialistas destacam que agredir o rosto de uma mulher carrega um “recado simbólico” um ataque ao feminino que ultrapassa a violência física e ecoa ideias de dominação e controle de gênero.
Dados recentes mostram uma alarmante escalada da violência contra mulheres no Brasil: houve mais casos de tentativa de feminicídio em 2024 (3.870 registros) do que no ano anterior, além de um recorde anual de feminicídios efetivados (1.492 casos), segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Imagem: Divulgação