Belém vai receber um novo marco institucional dos povos indígenas com a inauguração da EY House, espaço multissetorial criado para abrigar parte das atividades da COP30 e que, após o evento, se tornará oficialmente a nova sede da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi). A cerimônia de inauguração ocorreu na segunda-feira (15), com a presença do governador Helder Barbalho.
A estrutura está instalada na antiga sede da Paratur, na Praça Waldemar Henrique, bairro do Reduto, e foi fruto de parceria público-privada entre o Governo do Pará e a empresa Ernst & Young. Durante a COP30, a EY House sediará debates sobre transição energética, bioeconomia, cadeias de suprimento sustentáveis, florestas e políticas públicas sociais. Depois, o espaço será destinado permanentemente à Sepi, assegurando que os indígenas tenham um local institucional próprio, no coração de Belém.

Para tornar tudo isso realidade, o prédio foi modernizado com soluções sustentáveis: uso de energia solar, reaproveitamento de água de chuva, materiais renováveis e espaços moduláveis que se ajustam às variadas demandas de debate, cultura e convivência. Com mais de três mil metros quadrados de área construída, a nova sede simboliza uma aproximação entre ancestralidade indígena, innovation e políticas públicas modernas.
Para a secretária de Povos Indígenas, Puyr Tembé, trata-se de um momento histórico. O espaço vai além de infraestrutura física: será local de diálogo permanente, mobilização para as comunidades indígenas, construção de políticas públicas específicas e fortalecimento de vozes originárias. Ela vê na nova sede um reconhecimento oficial e duradouro de demandas antigas.

Esse passo complementa outras iniciativas do estado para assegurar protagonismo indígena na COP30, como a Caravana dos Povos Indígenas, que percorre as etnorregiões para ouvir lideranças e articular propostas, e a Aldeia COP, espaço voltado à hospedagem e agenda cultural durante o evento.
A nova sede da Sepi deve estar pronta em outubro de 2025. A expectativa é que ela represente um legado permanente da COP30: não apenas como espaço de execução de políticas, mas também como símbolo de reconhecimento e dignidade para os povos indígenas do Pará.
Por: Thays Garcia/ A Província do Pará
Imagem: Agência Pará










