Em entrevista à TV Record, veiculada neste domingo (21), o ex-jogador de vôlei Tande falou pela primeira vez após ficar internado por cinco dias em decorrência de um infarto. O campeão olímpico de Barcelona-1992 contou os detalhes das conversas que teve com médicos durante o período no hospital e o susto ao receber a notícia.
– Eu sou campeão olímpico, mundial, campeão na praia, palestrante, lancei livro… eu achava que, no máximo, seria uma pneumonia. [Aí a médica] vira e fala: “Quando tem essa alteração aqui, é enfarte”. Eu falei: “Oi? O que é isso? Não é possível”. Aí do nada ela falou: “E tem mais: você vai ser internado agora” – revelou.
Tande passou por uma angioplastia, procedimento considerado pouco invasivo para desobstruir artérias e aumentar o fluxo de sangue para o coração. Quando foi internado, o ex-jogador tinha três obstruções. Uma delas chegou a 98% de entupimento, enquanto as outras tinham 78% e 73%.
Há pelo menos quatro anos, Tande notava dificuldade em algumas atividades.
– Subindo a escada de casa, já ficava ofegante. O atleta de alta performance pensa que precisa melhorar no aeróbico. [Na Disney, brinquei com meus filhos]: “Meninos, abriu a fila lá. Vamos correr”. Eu cheguei antes dos meus filhos, que têm 25 e 21 anos, mas parecia que eu estava tomando facadas no pulmão. A mandíbula comprime e eu sentia a dor repercutir no ouvido – disse.
Antes da internação, Tande comemorava o aniversário da irmã, a também medalhista olímpica Adriana Samuel, e sentiu um mal-estar ao deixar o restaurante em que estava. Entre lágrimas, o ex-jogador conta que pensou na mãe, que morreu lutando contra um câncer na cabeça, e decidiu ir ao hospital, sem suspeita de que poderia se tratar de um infarto.
Após a verificação do grau de obstrução dos vasos sanguíneos, Tande foi informado pelo cardiologista responsável que, caso não tivesse recorrido ao sistema de saúde, ele poderia ter morrido em pouco tempo.
– Ele disse: “Tenho uma notícia boa e ruim. A boa é que você não vai precisar botar safena e abrir o tórax. A ruim, campeão, é que tu tinha duas horas a uma semana para morrer. Você está entupido – revelou o ex-jogador.
Tande também contou sobre o histórico familiar de predisposição para infartos.
– Muitas pessoas ficaram: “Caramba, se aconteceu com um atleta campeão olímpico, pode acontecer comigo. Será que ele cuidava?”. Nunca fumei, nunca bebi e nunca me droguei. Mas meu avô morreu muito cedo, ele enfartou. Meu tio, em um futebol de sábado, foi para o ataque e, quando ele voltou correndo, caiu duro aos 42 anos – lembrou.
Após a aposentadoria, o ex-jogador de vôlei de quadra e de praia manteve rotina de exercícios físicos. Ele tem, inclusive, uma mini academia em casa. Apesar de a prática regular de atividade física ser uma ferramenta na prevenção contra doenças cardiovasculares, ela não elimina os riscos para casos como esse.
Segundo o Ministério da Saúde, tabagismo, sedentarismo, alimentação ruim, colesterol alto e estresse são os principais fatores que podem levar a um infarto. Pessoas com diabetes e hipertensão têm de duas a quatro vezes mais chances de desenvolver o quadro, indica a pasta.
*AE
Fonte: Pleno News/ Foto: Reprodução/Record TV