sexta-feira, novembro 14, 2025
Desde 1876

Literatura – Anjos em nossas vidas


No curso de nossas vidas acontecem incontáveis situações que ficam gravadas de forma muito especial em nossas melhores lembranças, no lugar que denomino de Museu da Terra do Coração.
E muitas dessas situações provém de favores e atos fraternos, sejam de parentes, amigos e até de desconhecidos.
Fiz e faço favores, tanto pela provisão pessoal como pelos exemplos de meus saudosos avós, mãe, pai, tios e demais parentes.
Recebi e recebo muito mais, porque vieram e vêm de outras pessoas, sejam de parentes e amigos, com também de pessoas desconhecidas que passo a conhecer e de outras que não consigo conhecer, que agem como anjos.
Uma dessas inesquecíveis e grandiosas atitudes eu a externo neste texto.
Devo um favor impagável ao amado colega Nilson que faz décadas não o vejo, auxiliado em sua ação vital por outro colega, o saudoso Cláudio.
E essa benigna ação se deu num sábado de 1986, alcançando meu filho Hermom, hoje com 40 anos.
Naquele ano, quando eu era escrivão policial e trabalhava numa divisão então funcionando em um prédio situado na avenida Portugal, desta cidade, defronte para a praça Felipe Patroni, onde Polyana, minha então esposa, era a chefe do cartório daquela divisão, num dia de sábado, estávamos retornando para casa no meio da tarde, após a conclusão de uma missão policial, ocorreu o fato que passo a narrar.
Vínhamos em uma viatura policial dirigida pelo saudoso Cláudio, acompanhado do colega Nilson.
Ao chegarmos em casa, no bairro da Marambaia, Cláudio e Nilson desceram à convite nosso para tomar água e um café.
Nilson logo perguntou pelo nosso filho Hermom, então com 5 anos, que não foi nos receber como sempre fazia, passando a procurá-lo pela casa, pátio e quintal, tendo nossa ajudadora dito que ele estava no banheiro, de onde se ouvia o barulho do chuveiro, pelo que Nilson rindo disse: – Ah agora vou ver o “picãozão” nu! E empurrou a porta entreaberta do banheiro.
De imediato ele deu um grito de espanto e chamou-me. Eu estava a alguns passos, na cozinha.
Quando entrei no banheiro, a parte debaixo do chuveiro estava ensanguentada, do sangue que saia de uma das pernas de meu filho que apresentava um corte de mais ou menos um centímetro, na parte externa de um de seus joelhos e que atingira a veia femoral, corte decorrente de um caco de vidro no quintal.
De imediato eu envolvi a perna lesionada do menino com um pano e logo uma atadura, para estancar o sangramento, e em seguida o levamos às pressas na mesma viatura ao Hospital Belém, onde foi feito o atendimento médico com a sutura do corte. E dias depois ele estava bom.
Naquela oportunidade eu lembrei que nos anos anteriores, um colega que se lesionara em parte idêntica de seu corpo, quando ocupava uma viatura policial que colidira num acidente, ao chegar ao Pronto Socorro Municipal, veio à óbito, após perder muito sangue, enquanto aguardava atendimento.
Então, o atendimento imediato de meu filho evitou quem sabe, sua morte por perda de sangue.
Lembro de uma passagem no livro de Hebreus – “Seja constante o amor fraternal. Não negligencieis a hospitalidade, pois alguns, praticando-a, sem saber, hospedaram anjos” (13;1-2).
E penso que DEUS, o Pai Celestial, usa muitas pessoas como se fossem anjos para nos ajudarem.
E o Nilson naquele dia foi como um anjo e que será sempre lembrado por mim, meu filho Hermom, sua mãe e sua irmã Robina.


Em homenagem ao policial NILSON GALVÃO CHAVES e em memória ao também policial CLÁUDIO QUIRINO.

11/09/2022

Por: Roberto Pimentel (pimentelrm@yahoo.com.br)*O autor é advogado, delegado de Polícia aposentado, especializado em meio ambiente, radialista e escritor. Escreve toda quinta-feira neste espaço de A PROVÍNCIA DO PARÁ

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