Eles vieram da aldeia indígena Kikrin, no município de Parauapebas, no sudeste do Pará, para participar da Conferência Mundial para o Clima da Organização das Nações Unidas, a COP30. A expectativa é que tenham vez e voz nas discussões que objetivam formar uma agenda climática para os próximos anos, afinal, como dizem, não se pode falar de clima e de Amazônia sem ouvir ou pensar em quem vive na região sem degradar o ambiente, caso dos povos indígenas.
Nesta quarta-feira, 12, terceiro dia da COP30, a reportagem encontrou na área de acesso à Blue Zone, um grupo de artesãos indígenas da tribo Xikrin. Eles habitam uma aldeia em Parauapebas e aproveitam este momento único para exporem sua arte ao livre.
São cordões, pulseiras, brincos, travessas, tiaras, amuletos, enfeites domésticos, pintura em tecido, cintos e uma infinidade de produtos feitos a partir de matérias primas naturais da Amazônia, e tudo feito sem qualquer agressão ao meio ambiente, à terra, fauna e flora.
A artesã Niokjan, que está com os primos, é uma das expositoras. Falando com dificuldades em português, ela contou que a exposição dos produtos indígenas está fazendo sucesso, afinal, conferencistas brasileiros e estrangeiros param para ver o que tem de novidades e que muitos perguntam e acabam comprando. Entretanto diz que os enfeites, pulseiras e cordões , são os produtos mais vendidos, os preferidos do público.

Dados Gerais
Xikrin são um grupo indígena do povo Mẽbêngôkre (Kayapó), que habita o Estado do Pará, principalmente as Terras Indígenas Xikrin do Cateté e Trincheira-Bacajá. Eles se destacam por valorizar a oratória e a audição, perfurando lábios e orelhas na infância para aguçar esses sentidos.
Os Xikrin enfrentam graves desafios ambientais, como a contaminação de rios e a perda de áreas de caça e pesca, devido às atividades mineradoras, principalmente da Vale, além da ação de garimpeiros clandestinos que operam na ilegalidade presentes na região.
Por Roberto Barbosa/Imagens: Nazaré Sarmento









