Beija-Flor de Nilópolis e Acadêmicos do Salgueiro foram os destaques da segunda noite dos desfiles do Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro nesta segunda-feira, 03. Unidos da Tijuca e Unidos de Vila Isabel também fizeram bons desfiles, em uma noite com maioria de enredos com temática afro.
Nenhuma das escolas estourou o tempo, respeitando o máximo de 80 minutos. Na segunda noite da estreia do novo modelo de quatro desfiles por dia – eram seis –, a Vila Isabel encerrou sua passagem pela Sapucaí às 4h24, antes do amanhecer.
DESFILES DO 2º DIA
TERCEIRA NOITE
Imperatriz Leopoldinense , Unidos do Viradouro, Unidos de Padre Miguel e Estação Primeira de Mangueira abriram o ano no domingo, 03.
Nesta terça-feira, 04, Mocidade Independente de Padre Miguel, Paraíso do Tuiuti, Acadêmicos do Grande Rio e Portela encerram os desfiles do Grupo Especial.
A apuração das escolas de samba do Rio de Janeiro acontece nessa Quarta-Feira de Cinzas, 05.
UNIDOS DA TIJUCA
Após o modesto 11º lugar em 2024, a Tijuca buscou seu quinto título do Grupo Especial com um enredo sobre o orixá Logun-Edé, conhecido como o “Santo menino que o velho respeita”.
O desfile entrelaçou a vida da entidade, com a ajuda de integrantes grávidas que representavam sua gestação sagrada no abre-alas, e a juventude do Morro do Borel.
Com uma apresentação colorida como o pavão símbolo da escola, a agremiação teve alguns problemas com alegorias no começo da avenida, como um carro que ficou apagado por um tempo – mas que não parecem ter afetado a avaliação com os jurados.
BEIJA-FLOR DE NILÓPOLIS
A Beija-Flor fez o segundo desfile da noite com homenagens a dois de seus bambas. Em seu último ano como intérprete, Neguinho da Beija-Flor emocionou o público ao puxar um samba sobre Laíla (1943-2021), carnavalesco que participou de diversos dos 14 títulos da escola.
A comissão de frente evocou a figura de Laíla de volta à avenida como uma criança, abençoado pelos santos em meio à comunidade de Nilópolis – e de uma bonita alegoria com “velas” eletrônicas que surgiam do chão.
Na despedida de Neguinho, após 50 anos, o samba-enredo e a bateria com longas paradas foram destaques e fizeram a Sapucaí cantar. O último carro trazia uma referência ao icônico Cristo coberto do desfile de 1989 – mas a faixa com os dizeres “De orum, olhai por nós” não ficou totalmente desenrolada.
ACADÊMICOS DO SALGUEIRO
Depois de um quarto lugar em 2024, o Salgueiro tenta seu décimo título do Grupo Especial com um enredo sobre o corpo fechado por amuletos e outros rituais de proteção da cultura popular brasileira.
Seguindo a comissão de frente, que “botou fogo” em um terreiro alegórico na avenida, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira representaram Xangô e Iansã, dois orixás guerreiros.
A dupla depois pegou uma moto, trocou de roupa e voltou para ser destaque do sexto e último carro – um pedido de Zé Pilintra que, consultado, pediu que o primeiro casal estivesse em sua alegoria.
UNIDOS DE VILA ISABEL
Após declarações polêmicas do carnavalesco Paulo Barros sobre enredos com temas africanos, usados na maioria dos desfiles do Grupo Especial do Rio em 2025, a Vila Isabel fez seu ousado desfile “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece!”.
Na comissão de frente, a história sobre o homem que enganou o diabo contava com os atores Amaury Lorenzo e José Lorenzo – e com um drone, que mostrava a transformação do herói em uma abóbora voadora, que infelizmente desabou ainda no começo da apresentação.
A escola buscou seu quarto campeonato com a tecnologia que é marca do carnavalesco também nas alegorias – de um trem fantasma a uma bruxa voadora. Nas fantasias, criaturas, monstros e assombrações. Até a bateria cruzou a avenida vestida de vampiros.
Fonte e imagem: Portal G1