segunda-feira, janeiro 20, 2025
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Bolívia: Justiça manda prender Evo Morales por “rebeldia”

A Justiça da Bolívia mandou prender, nesta sexta-feira (17), o ex-presidente Evo Morales por “rebeldia” após o não comparecimento, pela segunda vez, à audiência que deveria resolver a acusação contra ele por tráfico agravado de pessoas, por um suposto relacionamento com uma menor com quem teria tido um filho.

A decisão foi tomada depois que o juiz considerou que os argumentos apresentados pela defesa de Morales – de que ele não pôde comparecer devido a uma pneumonia e uma bradicardia (baixa frequência cardíaca) – “não são elementos legítimos” para não comparecer à audiência.

Antes da resolução, o juiz negou uma objeção levantada pela defesa de Morales, argumentando que a autoridade judicial havia atuado com falta de imparcialidade no processo.

O advogado do ex-presidente, Jorge Pérez, declarou que o processo é “ilegal”, pois Morales “nunca” foi notificado, e também afirmou que as autoridades judiciais estão cometendo “prevaricação” ao processá-lo pela segunda vez no mesmo caso, que, segundo ele, já havia sido resolvido há anos.

– O ex-presidente Evo Morales é uma pessoa inocente, perseguida politicamente – acrescentou.

Já a promotora do departamento de Tarija, Sandra Gutiérrez, disse que uma “nova etapa” do processo havia sido iniciada, de modo que o mandado de prisão emitido contra Morales em 16 de outubro de 2024 “está sem efeito” e a ordem do juiz agora está em vigor.

– O julgamento será suspenso até que ele se apresente, essa é a situação – declarou a promotora.

Esta é a segunda vez que Morales não comparece a uma convocação da Justiça, depois que seus advogados apresentaram um atestado médico na última terça-feira (14) indicando que ele deveria estar em repouso total devido a uma broncopneumonia.

Por esse motivo, o juiz impôs um prazo de 48 horas para que Morales comprovasse sua doença, o que não aconteceu até a audiência desta sexta-feira.

O Ministério Público (MP) acusou Morales em dezembro de 2024 pelo crime de tráfico de pessoas agravado por um suposto relacionamento com uma menor com quem teria tido um filho em 2016, quando ela pertencia a um grupo político de jovens criado durante sua presidência.

Além disso, o processo indica que os pais da suposta vítima “lucraram” com ela, entregando-a ao ex-presidente em troca de “favores”.

Nesse dia, foi divulgado um memorial que a mulher apresentou recentemente, no qual ela afirmou que “nunca foi vítima de tráfico” por seus pais “nem por ninguém”, e que “ninguém a forçou a engravidar”.

Ela também afirmou que se sentia vítima de “perseguição” por parte do Ministro de Governo (Interior), Eduardo del Castillo, e da promotora Sandra.

Desde o último mês de outubro, Morales tem permanecido no Trópico de Cochabamba, seu principal reduto político e sindical, sob a proteção de seus seguidores, que o protegem da possível execução de um mandado de prisão contra ele.

*EFE

Fonte: Pleno News/Foto: EFE/ Luis Gandarillas ARCHIVO

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