A Suprema Corte de Justiça da Argentina rejeitou nesta quinta-feira (5) o recurso apresentado pela ex-presidente Cristina Kirchner em um caso no qual ela é acusada de encobrir o atentado contra a Associação Mutual Israelita-Argentina (Amia), ao assinar um acordo com o Irã em 2013 e pelo qual agora será julgada.
A decisão foi confirmada por fontes do Supremo, que ressaltaram, no entanto, que falta ainda a assinatura definitiva da sentença antes de ela ser oficializada.
Cristina, que também foi vice-presidente durante o governo de Alberto Fernandez, havia sido absolvida nesse caso em outubro de 2021, mas um tribunal de apelações anulou a decisão em setembro de 2023. A ex-presidente, então, entrou com o recurso que foi rejeitado pelo Supremo nesta quinta-feira.
A Argentina assinou um acordo com o Irã para facilitar a investigação sobre o atentado à bomba de 1994 contra a sede da Amia em Buenos Aires, no qual morreram 85 pessoas e pelo qual vários iranianos são acusados, mas a justiça está investigando se houve uma manobra para encobrir a participação de várias autoridades iranianas.
O caso foi iniciado após denúncia do promotor Alberto Nisman, que havia sido nomeado para investigar o atentado e que morreu em circunstâncias suspeitas em janeiro de 2015, um dia antes de apresentar provas que, segundo ele, comprovariam um encobrimento por parte do governo de Cristina Kirchner.
A morte de Nisman, inicialmente considerada um suicídio, foi posteriormente investigada como um possível homicídio, mas nenhum autor claro foi identificado.
Embora o grupo terrorista xiita libanês Hezbollah, aliado do Irã, tenha sido apontado por várias investigações como responsável pelo atentado à Amia e pelo ataque dois anos antes contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires, ambos os casos permanecem abertos na Justiça argentina, que também mantém mandados de prisão contra vários ex-funcionários iranianos pelo ataque à associação judaica.
*EFE
Fonte: Pleno News/ Foto: EFE/ Juan Ignacio Roncoroni/Archivo