Uma embarcação metálica do século XIX, descoberta durante as obras do Parque Linear da Nova Doca, em Belém, está prestes a ser exibida ao público após um processo minucioso de conservação. O artefato, associado ao Ciclo da Borracha, foi encontrado em agosto de 2024, enterrado a cerca de 1 metro de profundidade, próximo ao antigo Igarapé das Almas. Com 22 metros de comprimento, 7 metros de largura e 2,25 metros de profundidade, a embarcação foi resgatada em três etapas e, atualmente, encontra-se em fase de retoques finais para sua exposição pública.
A restauração envolveu uma equipe multidisciplinar composta por arquitetos, engenheiros, arqueólogos, museólogos, conservadores-restauradores e profissionais da construção civil. Diversos testes foram realizados para definir as estratégias de restauro, considerando a fragilidade da estrutura devido à corrosão avançada em vários pontos, resultado do longo período enterrado em ambiente úmido. A maior dificuldade enfrentada foi a delicadeza necessária para manusear o material e a montagem de uma estrutura acima do nível do solo para suportar o peso da embarcação durante o processo de restauração.

Após a conclusão dos retoques finais, a embarcação será instalada em um laboratório próximo ao Porto Futuro I, onde ficará exposta ao público. A exposição visa proporcionar uma reflexão sobre a história da formação urbana de Belém e como a sociedade mudou suas relações com os rios e igarapés, que eram as principais vias de locomoção antes do aterramento e asfaltamento da cidade.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acompanha todas as etapas do processo, garantindo a preservação e valorização desse importante patrimônio histórico. A exposição da embarcação promete enriquecer o entendimento sobre o passado da capital paraense e sua evolução ao longo do tempo.
Imagem: Agência Pará