quarta-feira, dezembro 11, 2024
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Estado aporta recursos na cadeia produtiva da bioeconomia para desenvolvimento

Com a proposta de promover o desenvolvimento econômico sustentável do Pará, com compromisso com a biodiversidade e particularidades regionais, o governo do Estado, através da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), vai investir, até o ano de 2026, mais de R$ 30 milhões, em projetos e pesquisas que promovam uma economia limpa.

O foco é manter o equilíbrio entre a conservação da floresta viva e a melhoria da qualidade de vida da população. Para isso, desde 2022, o governo estadual investiu R$ 8, 3 milhões na execução de projetos. Um montante que até 2026, deve chegar a R$17.645.152,25 para o complemento de projetos já contratados.

Hoje, entre projetos de pesquisa, apoio às empresas inovadoras e formação de jovens pesquisadores, a Fapespa está fomentando 89 projetos diretamente ligados ao desenvolvimento de pesquisas e inovações para a bioeconomia. Na lista de iniciativas, há também a formação de núcleos de excelência, fortalecimento de programas de pesquisa nas universidades e parcerias internacionais.

O trabalho prevê novos editais, em 2025, com aporte de mais de R$ 15 milhões. Para o presidente da Fundação, Marcel Botelho, esse fomento contribui para a geração de benefícios sociais, econômicos e ambientais. “Com essa premissa, teremos o fortalecimento das nossas instituições de pesquisa garantindo a geração, em nível local, de novas tecnologias, produtos e serviços”, destaca.

São projetos como agricultura sintrópica; geração de novos produtos a partir da fauna, flora e microbiota; fortalecimento tecnológico de cadeias como o açaí e o cacau; geração de energia limpa e sustentável; mitigação dos riscos às populações de plantas e animais; novos bioativos para as indústrias farmacêuticas e de cosméticos; validação acadêmica dos conhecimentos ancestrais; formação de mão de obra qualificada, entre outros.

‘PlanBio’ alcançou mais de 60 mil pessoas

O aporte de recursos está ancorado no Plano Estadual de Bioeconomia (Planbio), estratégia inédita no país, a partir de três eixos norteadores: Cadeias Produtivas e Negócios Sustentáveis; Patrimônio Cultural e Patrimônio Genético; e Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.

O Plano é coordenado pela Semas e ancorado na Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), e é um dos componentes do eixo desenvolvimento socioeconômico de baixo carbono do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA). O PEAA tem como meta gerar desenvolvimento econômico a partir da floresta em pé.

Mais 50% das 92 ações previstas estão implementadas e engajam 67 mil pessoas, com a realização de 12 marketplaces de bioprodutos da Amazônia, o que promove a diversidade de produtos sustentáveis e vem aumentando a renda de mais de 1.056 famílias. São R$ 34 milhões investidos no apoio a 275 negócios.

“O plano permite que os conhecimentos ancestrais dos indígenas, dos quilombolas, possam impulsionar uma indústria de biomateriais. Hoje, o PLanbio já aponta e subsidia o plano nacional de bioeconomia que está sendo confeccionado pelo governo federal, e cresceremos ainda mais com a construção do Parque de Bioeconomia da Amazônia, que entregaremos para a COP 30 no próximo ano”, destaca o secretário de meio ambiente do Pará, Raul Protazio Romão.

‘Rede de Bioeconomia’ interliga o Estado

Entre as ações para esse desenvolvimento sustentável também está a criação da “Rede Pará de Estudos sobre Contas Regionais e Bioeconomia”. A Rede quer construir um banco de informações entre pesquisadores de instituições, a fim de estimular a bioeconomia a partir de metodologias consolidadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para isso, a Fapespa tem a parceria da e da Universidade Federal do Pará (UFPA), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), e da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). O projeto terá duração de 36 meses e utilizará a metodologia das Contas Sociais Ascendentes Alfa (CSA-Alfa) para estimar matrizes de insumo-produto para as cadeias produtivas selecionadas.

Doutor em Economia, da Unifesspa, Gilliad Silva explica que a bieconomia é a agregação de atividades econômicas, agentes e sujeitos sociais, cujos insumos são oriundos de atividades econômicas/agentes/sujeitos sociais que convivem bem com o bioma, assim como seus produtos/serviços. “Outra característica é produzir agregações e estimativas, a partir de metodologias consolidadas, em nível nacional, via IBGE, e nível global, via ONU. Portanto, as informações produzidas pela Rede terão a validade de dados públicos”, diz o pesquisador.

COP 30 – Pioneira, a “Rede” tem um grande potencial para o aprimoramento de políticas públicas, podendo indicar quais atividades convivem bem com o bioma, fortalecendo-as com incentivos. A iniciativa também quer colaborar com o setor privado, destacando a viabilidade econômica de atividades não tão conhecidas. O projeto alinha-se, ainda, ao interesse global no combate às emergências climáticas e às agendas construídas para COP 30.

Com isso, diz o presidente da Fapespa, Marcel Botelho, o que se quer é que a pesquisa forneça subsídios para a formulação de políticas públicas mais eficazes para a bioeconomia. “A meta é que os estudos apresentem soluções baseadas em evidências científicas, seja através da agricultura sintrópica, na geração de novos produtos, da melhoria tecnológica das cadeias produtivas, de novos bioativos para as indústrias farmacêuticas, entre outras ações que irão favorecer o desenvolvimento.”, pontua Botelho.

Fonte: Agência Pará/Foto: Bruno Cecim/Ag Pará

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