quarta-feira, dezembro 24, 2025
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Excesso de bebida no final de ano: efeitos no corpo a médio e longo prazo

EFEITOS DE PICOS FESTIVOS PODEM PERMANECEM NO CORPO MUITO DEPOIS DA CELEBRAÇÃO TERMINAR

As festas de fim de ano costumam ser de encontros e reencontros, mesas fartas e brindes que se acumulam sem que a gente perceba. Entre espumante, vinho e drinks, muitos ultrapassam o limite sem notar — e, embora a ressaca seja o efeito mais lembrado, o corpo começa a sofrer muito antes dos sintomas clássicos.

A gastroenterologista e endoscopista Fabrícia Dias Maciel explica que “o fígado começa a sofrer muito antes de dar sinais clássicos de doença”. Por ser um órgão silencioso, os primeiros alertas são discretos: cansaço desproporcional, sono não reparador, estufamento, piora do refluxo, náuseas e intolerância a alimentos gordurosos. Isso ocorre porque o álcool é metabolizado como toxina, gerando acetaldeído — substância inflamatória que provoca estresse oxidativo e pode causar acúmulo transitório de gordura no fígado. “Os exames podem estar normais ou apenas discretamente alterados, o que dá uma falsa sensação de segurança”, reforça.

O equívoco mais comum é acreditar que beber apenas no Natal e Réveillon não faz mal. Segundo a especialista, o organismo reage intensamente aos picos de consumo, conhecidos como binge drinking, padrão muito frequente nas celebrações. Para mulheres, são quatro ou mais doses em duas horas; para homens, cinco ou mais. Cada pico deixa uma “marca inflamatória” e, ao longo dos anos, reduz a reserva funcional do fígado.

O álcool não afeta só o fígado. Ele também bagunça o funcionamento do intestino, deixando a digestão mais lenta e a barriga mais sensível. Depois de exageros, é comum que o intestino fique “solto demais” ou “preso demais”, com gases, desconforto e dor abdominal. Isso acontece porque o álcool desorganiza o equilíbrio natural das bactérias intestinais e deixa o organismo mais vulnerável à inflamação.

A longo prazo, episódios repetidos de excesso, somados a fatores como ganho de peso, resistência à insulina, sedentarismo e sono ruim, podem transformar inflamações transitórias em quadros persistentes, evoluindo para fibrose e até cirrose. Nessa fase, mesmo reduzindo o consumo, a recuperação não é completa. Além disso, o álcool acumulado ao longo da vida aumenta o risco de câncer, doenças cardiovasculares, pancreatite e distúrbios cognitivos — motivo pelo qual a OMS tem reduzido as recomendações de “dose segura”.

“Embora não exista estratégia capaz de anular os efeitos do excesso, algumas medidas reduzem o impacto: fazer dias “off”, que já diminuem marcadores inflamatórios após 48 horas, comer antes de beber, intercalar álcool com água e evitar ingerir bebida nas três horas que antecedem o sono, já que o álcool fragmenta o descanso e aumenta a ansiedade no dia seguinte”, finaliza a médica.

No fim, não se trata de tirar o prazer das festas, mas de evitar que o exagero transforme janeiro em uma “UPA metabólica”, como brinca a especialista. O equilíbrio está nas pequenas decisões tomadas antes da primeira taça.

MAIS SOBRE A AFYA

A Afya, maior ecossistema de educação e tecnologia em medicina no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior, 33 delas com cursos de Medicina e 25 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde em todas as regiões do país. São 3.653 vagas de Medicina aprovadas e 3.543 vagas de medicina em operação, com mais de 24 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da Medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de Medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil e “Valor 1000” (2021, 2023, 2024 e 2025) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do Pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz do ODS 3 – Saúde e Bem-Estar. Mais informações em: www.afya.com.br e ir.afya.com.br

Imagem: Divulgação

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