PROCISSÃO SE ENCERROU EM TEMPO RECORDE NUM PERCURSO DE 7,5 QUILÔMETROS DA MARABÁ PIONEIRA À NOVA MARABÁ
Depois de menos de quatro horas de caminhada, a berlinda com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré chegou ao Santuário de Nazaré, na Folha 16. Os 7,5 quilômetros percorridos entre a Marabá Pioneira e a Nova Marabá podem parecer longos para quem olha de fora, mas, para os devotos, não há sacrifício, apenas gratidão e uma fé inexplicável. Sob o sol forte e um céu azul “de praia”, os romeiros saíram da Avenida Antônio Maia, passaram pelo “bambuzal” e lá rezaram ajoelhados. Também seguiram pelo trevo que divide os núcleos Cidade Nova, Marabá Pioneira e Nova Marabá. Já em ruas duplicadas, a multidão se espalhou na altura da Vila Militar Castelo Branco, mas seguiu unida em um só pensamento: Maria passa na frente.
Enquanto a berlinda seguia pela VP-8, atrás dela ia uma multidão de milhares de pessoas, umas pagando promessas, outras agradecendo e muitas apenas caminhando e professando sua fé em silêncio. O número exato é difícil de estimar, até mesmo porque muitos romeiros se juntam à multidão em diferentes pontos do percurso, e outros, por motivos diversos, deixam a caminhada antes da chegada ao Santuário.
O calor marabaense, que ultrapassa os 30 °C, exige fisicamente dos romeiros, que são abençoados com entregas de água ao longo do percurso. Mais de 30 carros foram vistos doando o líquido precioso no perímetro entre o trevo, após o “bambuzal”, e o Santuário, na Folha 16. Na rotatória da Folha 27, foram contabilizados 14 veículos no que a reportagem do Correio chamou de “circuito das águas”.
Fora do trajeto oficial, um romeiro seguiu de joelhos pela Transmangueira, em um pedido silencioso pela unidade da Igreja. Outro romeiro, também de joelhos, foi avistado nas vias do entorno do Santuário. Entre homens e mulheres de fé, cada um demonstra sua devoção de um jeito particular.
Ainda que a romaria tenha chegado ao destino, o Círio permanece no coração do marabaense ao longo do domingo, pelo resto do ano e até a próxima edição. Porque a fé em Cristo e em Maria não se explica, se vive.

NÚMEROS DO CÍRIO
A 45ª edição do Círio de Nossa Senhora de Nazaré em Marabá entrou para a história como “o maior de todos os tempos”, nas palavras do bispo diocesano, dom Vital Corbellini. A avaliação foi compartilhada pelo padre Denir Robson, pároco do Santuário, que celebrou o retorno da imagem peregrina para casa após uma procissão que reuniu uma multidão de fiéis.
O evento deste ano, que teve como tema “Maria, Sinal de Esperança”, demonstrou não apenas a força da devoção marabaense, mas também sua crescente relevância para além das fronteiras do Pará.
“Sem dúvida, o maior Círio de todos os tempos”, declarou dom Vital, visivelmente emocionado com a grandiosidade da manifestação de fé. A percepção foi confirmada pelo padre Denir, que, embora aguardasse os números oficiais, não hesitou em afirmar que o público foi “maior que o do ano passado, sem dúvida”. O pároco do Santuário destacou a expansão do evento: “O Círio já saiu das nossas fronteiras do estado do Pará. Tem gente do Tocantins, do Maranhão, gente de outras regiões do Brasil e aqui das cidades vizinhas. Marabá acolhe toda a população, e isso deixa a gente com o coração muito feliz”, celebrou.
Para o bispo dom Vital, a grandiosidade do Círio vai além dos números. Ele ressalta a experiência de fé que move os romeiros ao longo dos sete quilômetros de percurso. “Uma coisa inexplicável, o Círio se vive”, afirmou, uma frase que ecoa o sentimento de muitos devotos.
Ele lembrou o extenso trabalho de preparação que envolveu diretorias, guardas, servos e a imprensa. “Trabalhamos muito e agora estamos colhendo o resultado. Deus seja louvado pelo grande Círio de Nossa Senhora de Nazaré de Marabá”, agradeceu.
O retorno da imagem ao Santuário na Folha 16 foi o ápice da celebração. “Para nós, agora, é um motivo de muita alegria. Nossa Senhora saiu todos esses dias em peregrinação, evangelizando, e agora ela retorna, hoje, chegando na sua casa”, explicou padre Denir.
Ele ressaltou que a peregrinação é um percurso bonito que fecha com a linda festa do Círio. Ao final, dom Vital deixou uma mensagem aos milhares de fiéis: “Deus seja louvado, continue firme. Ame Nossa Senhora, ame Jesus. Saia daqui feliz, contente, por amar a Igreja, amar Cristo, amar a Mãe do Filho de Deus.”
Da Redação com informações do Correio de Carajás/Kauã Fhillipe
