Disponível no Apple TV+, Guy Ritchie dirige este filme de aventuras como poucos são feitos hoje.
Reprodução Adoro Cinema – Giovanni Rodrigues
O amor ao cinema de muitos sempre começa na infância, precisamente com filmes de aventuras e caça ao tesouro que permanecem conosco pelo resto de nossas vidas. Os anos 80 e 90 – e até o início dos anos 2000 – foram bons anos para este tipo de longa-metragem, mas ultimamente falta nos cinemas aquele toque de missões em lugares distantes que despertaram tanta imaginação em nós quando éramos pequenos.
Agora a Apple lança um novo filme para os mais nostálgicos: A Fonte da Juventude. Um filme com a marca de Guy Ritchie, em outras palavras: boa dose de ação, lutas perfeitamente coreografadas e uma viagem cheia de imprevistos e entretenimento.
Precisamente, John Krasinski se tornou ator para poder fazer filmes como A Fonte da Juventude. “É a razão pela qual entrei neste negócio. Para mim, é o começo da imaginação”, conta em uma entrevista ao espanhol SensaCine.
Você vê esses filmes e pensa: ‘Meu Deus! E se pudesse viver uma vida assim?’. E isso é o que eu fazia todos os dias na floresta com meus irmãos: viver aventuras, tentar encontrar tesouros e simplesmente imaginar que estávamos em um desses filmes.
“Estar em um filme assim com Natalie [Portman], com Guy Ritchie e com o resto do nosso incrível elenco foi… ainda me deixa sem palavras. É realmente incrível”, continua.
O filme se concentra em Luke Purdue, um caçador de tesouros de práticas questionáveis que decide embarcar na missão mais importante de sua vida: encontrar a Fonte da Juventude. Foi uma das coisas que seu pai não conseguiu fazer em vida e por isso ele quer seguir seu legado, mas para isso precisa da ajuda de sua irmã, Charlotte Purdue. Ela há muito esqueceu esse tipo de brincadeira, agora está focada em sua vida profissional como curadora de um museu e em sobreviver a uma família que está se desmoronando.
Relutante no início, Charlotte acaba se envolvendo na busca de seu irmão e do resto da equipe, mesmo que isso a obrigue a fazer coisas ilegais com as quais está absolutamente contra.
“Acho que não temos mais muitos filmes desse tipo. O cinema passa por diferentes épocas e mudanças ao longo do tempo, e definitivamente, sinto que houve uma seca [deste tipo de filmes], então é sempre emocionante”, conta Eiza González, que é responsável por dar vida à vilã que persegue os pobres irmãos Purdue.
A Fonte da Juventude é um retorno àquele cinema divertido com o qual viver aventuras sem questionar muito. Nesse sentido, Ritchie nos transporta para outra época, mas introduz alguns elementos em acordo com a sociedade atual, como o processo de divórcio de Charlotte ou o fato de não haver relação romântica entre os protagonistas. São dois irmãos, o que permite explorar outras partes da trama.
Para Natalie Portman, essa relação entre irmãos permite ver a busca pela juventude eterna de outra perspectiva:
Acho que a ideia de tratar de pessoas que se conhecem desde crianças e que se conhecem profundamente, mas não se dão bem, é um ponto de partida muito comovente para algo que trata sobre juventude e como redescobri-la.
“Isso também gostamos muito no roteiro. Não tinha visto um roteiro sobre irmãos em uma situação de aventura. E acho que, de certo modo, me pareceu muito mais próximo”, comenta Krasinski.

Isto não seria um filme de Guy Ritchie se não houvesse uma parte importante de ação e aqui, sem dúvida, há. “Nunca tinha feito tanta ação”, responde Gonzalez, “em Londres passei mais tempo que os demais porque tinha que treinar muito e filmar um monte de cenas de ação. Mas depois, em Bangkok, fui à academia tailandesa local com todos os lutadores locais e me ensinaram certas coisas. E no Egito, fizemos um estilo e um tipo de combate diferentes do de Viena. E me diverti muito. Quer dizer, é exaustivo para o corpo quando você faz tanta ação”. Especialmente se você usa saltos altos, como acontece com seu personagem: “Os sapatos não foram criados com efeitos especiais. Eram saltos altos”.
A Fonte da Juventude é old school até mesmo no uso de efeitos visuais. “Não há tanto CGI quanto se imagina ao ler o roteiro. Fomos a todos os lugares onde deveríamos ir. Construíram cenários enormes e foi uma loucura. Não posso falar sobre isso por causa dos spoilers, mas há algumas coisas no final que você pensa: ‘Não posso acreditar que construíram tudo isso'”, aponta Domnhall Gleeson, o financiador desta aventura, “dá para perceber quando você assiste”.
A Fonte da Juventude está disponível para streaming no Apple TV+.