segunda-feira, dezembro 1, 2025
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Projeto no Marajó transforma áreas queimadas em produção sustentável e dá nova vida às famílias

Na Vila de Monsarás, em Salvaterra, Marajó, agricultores e pescadores estão mostrando que é possível transformar as marcas das queimadas em solo fértil e produtivo. Um projeto de agrofloresta está mudando vidas  e o futuro do meio ambiente local.

Ronildo Pacheco, agricultor e pescador, era dono de quatro hectares só com abacaxi. Todos os anos precisava queimar vegetação para abrir espaço para plantar. Hoje, com o Sistema Agroflorestal (SAF), ele cultiva açaí, acerola, taperebá, cacau, milho e mandioca, tudo junto, misturando espécies que dão sombra, aproveitando resíduos naturais como adubo feito com caroço de açaí e cuidando para que o solo se regenere.

O resultado? Em vez de uma colheita por ano, Ronildo consegue até cinco colheitas diferentes em um mesmo terreno, sem precisar queimar nada  o que preserva o solo, reduz emissões de fumaça e melhora a biodiversidade.

O projeto Sustenta e Inova, uma ação do Sebrae junto com a Embrapa, com financiamento da União Europeia, apoia Ronildo e outras cerca de 30 famílias da Cooperativa Agropecuária e de Pesca Artesanal de Monsarás (COOPAPAM).

Mais que produzir, essas famílias também estão conscientizando outros produtores que ainda resistem à mudança  aquele hábito de queimar para plantar está sendo substituído por técnicas sustentáveis que geram renda e preservam o meio ambiente.

Uma parte importante desse processo está na irrigação: Ronildo já conseguiu instalar poços e sistemas de água para garantir cultivo durante mais meses do ano, mas ainda enfrenta desafios por falta de infraestrutura para irrigar todas as áreas.

Jamile Pacheco, filha de Ronildo, 18 anos, está engajada  ela atua como secretária da propriedade e guia de turismo, além de estudar secretariado na UFPA. Jamile ajuda a divulgar o projeto e mostrar para outros jovens e produtores como as práticas agroflorestais podem transformar realidades.

O açaí, em especial, virou símbolo desse novo caminho. Durante a safra, que vai de julho a janeiro, muita gente da região se reúne para colher. O fruto virou referência: alimento, sustento e exemplo de que é possível aliar produção com respeito ao ambiente.

Imagem:Giorgio Venturieri/Embrapa

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