A saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo, confirmada nesta quarta-feira, 17, não é apenas uma mudança administrativa, mas reflete um novo movimento de rearranjo político dentro do governo federal, em meio a pressões partidárias e negociações por espaços estratégicos na Esplanada. Recentemente, Sabino foi expulso do União Brasil, que deixou de apoiar a o governo Lula. Sendo recomendado a largar o cargo, o deputado federal preferiu continuar no governo, posto que queria estar à frente da pasta durante a COP30, em novembro, em Belém. Sabino, apesar de ficar sem partido, não perdeu o mandato e, desta forma, assume a cadeira de deputado federal na Câmara Federal, enquanto articula sua candidatura ao Senado, pelo Estado do Pará, nas eleições do próximo ano. Em recente pesquisa, ele aparece em segundo para o Senado, atrás do atual governador do Estado, Helder Barbalho.
Indicado ao cargo como parte de uma ampla composição política, Sabino teve papel relevante na interlocução com o Congresso, especialmente com bancadas do Centrão. Sua permanência no ministério sempre esteve associada ao equilíbrio de forças entre partidos aliados e à necessidade de garantir governabilidade em votações-chave.
Nos bastidores, a mudança já vinha sendo tratada como possível há semanas, diante da reavaliação de espaços ministeriais e da busca do governo por maior alinhamento político em áreas consideradas sensíveis. O Ministério do Turismo, embora não esteja no centro das decisões econômicas, tem peso simbólico e orçamentário relevante, especialmente em ano pré-eleitoral.
A saída do ministro abre caminho para uma nova configuração política e pode alterar o ritmo e o foco das políticas públicas para o setor, dependendo do perfil de quem assumir a pasta. Lideranças do trade turístico acompanham o processo com expectativa e cautela, defendendo a continuidade de programas e investimentos em andamento.
Celso Sabino, por sua vez, segue como um ator político influente, com trânsito em Brasília e base consolidada no Pará, devendo manter protagonismo nas articulações nacionais.
Por ROBERTO BARBOSA, da Redação do Jornal A PROVÍNCIA DO PARÁ/Imagem: Reprodução










