O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (5) que “todo o mundo adora” seu plano para que os Estados Unidos tomem o controle da Faixa de Gaza e realoquem permanentemente os palestinos em outros países, apesar de ter gerado forte condenação em países ao redor do mundo.
– Todo o mundo adora – disse o presidente em breves comentários à imprensa no Salão Oval da Casa Branca.
Trump se recusou a dar mais detalhes sobre seu plano, dizendo que “não era o momento adequado”.
Nesta terça-feira (4), em uma entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Trump disse que os EUA “tomariam o controle” da Faixa de Gaza a longo prazo e a reconstruiriam, transformando-a na nova “Riviera do Oriente Médio”, ao reassentar permanentemente os palestinos em outros países.
Especificamente, insistiu que Jordânia e Egito deveriam aceitar mais refugiados palestinos procedentes de Gaza, uma proposta que foi rejeitada por esses dois países, bem como por Emirados Árabes Unidos, Catar, Arábia Saudita, Autoridade Palestina e Liga Árabe.
Trump apresentou o projeto como se fosse um negócio imobiliário, semelhante aos que o tornaram milionário, e tentou enquadrá-lo como uma medida humanitária, dizendo ser impossível acreditar que alguém queira continuar vivendo em um território devastado pela guerra, que ele descreveu como uma “zona de demolição”.
Trump não descartou o envio de tropas americanas para apoiar a reconstrução de Gaza e assegurou que seu país faria “o que fosse preciso” para levar adiante esse projeto.
Os palestinos reivindicam a Faixa de Gaza como parte de um futuro Estado, junto com Cisjordânia e Jerusalém Oriental, então o deslocamento dos dois milhões de habitantes do enclave e seu desenvolvimento imobiliário por parte dos EUA significariam o fim do conceito de um Estado palestino como foi concebido até agora.
Países ao redor do mundo, tanto adversários como aliados tradicionais dos Estados Unidos, rejeitaram, por enquanto, a proposta de Trump na forma como está.
Organizações como a Liga Árabe e países historicamente aliados a Washington, como Egito, Jordânia e Arábia Saudita, se opuseram fortemente à ideia de deslocar palestinos à força; enquanto Espanha, Irlanda, Reino Unido, Alemanha, Nova Zelândia e China reiteraram seu apoio à solução de dois Estados.
ENCONTRO PARA TRATAR DO PROJETO
Na próxima semana, está previsto um encontro, na Casa Branca, entre Donald Trump, o rei Abdullah II da Jordânia, e o presidente do Egito, Abdel Fattah El-Sisi. A reunião servirá para discutir
seu plano para a Faixa de Gaza.
As lideranças já anteciparam de Amã e Cairo que não compartilham o projeto do presidente dos Estados Unidos na forma como é concebido.
*EFE
Fonte: Pleno News/Foto: EFE/EPA/FRANCIS CHUNG/POLITICO / POOL