quinta-feira, dezembro 12, 2024
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Viseu lança documentários sobre preservação das tradições e riqueza cultural do município

A produção audiovisual do munícipio de Viseu lançou oito documentários que retratam aspectos culturais, históricos e sociais, presentes em um passado que apresenta uma intensa riqueza ancestral. Os documentários “Um Visionário Chamado Carlos Verzeletti”, “A Pedra Grande do Gurupi”, “Os Promesseiros de São Benedito”, “Um Poeta Chamado Vico”, “Vamos Guarnicê”, “O Gigante Laurso”, “⁠20 Anos da Sensação do Gurupi” e “Nas águas do Gurupi”, contaram com os incentivos da lei Paulo Gustavo e o apoio da prefeitura de Viseu, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Secult).

Todo esse acervo premiado pela Secretaria de Cultura de Viseu está integrando a programação do Projeto Expedição Cultural, uma ação itinerante que promove a circulação e o acesso à produção audiovisual em diversas regiões da cidade. Com a exibição de documentários curtíssimas metragens e videoclipes, o projeto busca valorizar a cultura local, fortalecer a identidade regional e proporcionar momentos de reflexão e entretenimento para as comunidades. As exibições dos documentários estão acontecendo gratuitamente, sempre às 19h, nas comunidades da região. As localidades de São José do Gurupi, Fernandes Belo, Açaietua, Curupaiti, Limondeua e sede do município de Viseu serão contempladas com as apresentações. E a ideia é que o projeto seja levado a outros municípios vizinhos para a divulgação das obras.

Dentre os objetivos do projeto estão levar conteúdos audiovisuais que retratem aspectos culturais, históricos e sociais às comunidades, incentivando o diálogo, a preservação das tradições e o reconhecimento da riqueza cultural de Viseu. A expectativa é alcançar mais de cinco mil pessoas, durante a circulação da expedição, ampliando o impacto dessa iniciativa no município, incentivando o diálogo entre as comunidades, a preservação das tradições e o reconhecimento da riqueza cultural de Viseu.

PADRE CARLOS VERZELETTI

De acordo o produtor de vídeo e fotógrafo Gustavo Mendes, autor de “Um Visionário Chamado Padre Carlos Verzeletti”, o documentário retrata o legado do religioso em Viseu. Figura marcante na vida dos viseuenses, que ganha vida na obra que resgata sua trajetória como padre na cidade entre 1982 e 1994. Atualmente bispo da Diocese de Castanhal, Dom Carlos deixou um legado significativo no município, com ações que transformaram a realidade da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré e na vida dos mais vulneráveis.

A produção aborda parte dos 13 anos em que Dom Carlos esteve à frente da paróquia do município, promovendo ações que iam muito além do âmbito religioso. Realizou importantes feitos, como a construção do Hospital das Bem-Aventuranças, igrejas nas comunidades do interior e a Escola de Artes São Lucas, dentre outros. Ele também liderou diversos mutirões para construir casas para pessoas em situação de vulnerabilidade social, limpar bairros e até mesmo abrir estradas.

“Dom Carlos era conhecido por seu trabalho com a juventude, tirando jovens de situações de risco, como as drogas, e envolvendo-os em atividades da igreja. Foi idealizador de projetos como a Romaria da Juventude, encontros de homens e mulheres que aconteciam no Cenóbio Horeb (espaço construído para orações e encontros religiosos), levou também vários cursos profissionalizantes às comunidades. Em Curupaiti, fundou uma cooperativa para a produção e exportação de laranjas, incentivando o desenvolvimento econômico local”, explica o autor.

O documentário também destaca a dedicação e solidariedade do padre, que usava seu próprio carro, modelo Belina, para transportar doentes a outros municípios, buscava apoio financeiro de amigos italianos para projetos comunitários e promovia a partilha do bem comum entre todos.

“Mais do que um registro histórico, o documentário é uma homenagem a Dom Carlos e à sua incansável dedicação em transformar vidas. O trabalho representa um marco cultural para Viseu, evidenciando a importância de preservar histórias que inspiram e educam as futuras gerações. O apoio do incentivo recebido, foi essencial para trazer à tona a história de um líder que, com fé e ação, impactou profundamente a vida de muitos viseuenses”, diz Gustavo Mendes.

CONSULTOR

O professor Raimundo Gonçalves, que foi um consultor de todos os documentários, auxiliando na elaboração da coleta de informações, enfatiza a atuação significativa do  padre Carlos Verzeletti para o desenvolvimento de Viseu. “Ele é conhecido por seu trabalho pastoral e social na região, contribuiu significativamente para o desenvolvimento da comunidade local, se destacando no atendimento às necessidades espirituais e sociais dos moradores, promovendo iniciativas voltadas ao auxílio e ao desenvolvimento coletivo. Dedicou sua vida mais de uma década ao povo viseuense sem escolher raça ou credo, Isto porque não se envolvia somente nas questões religiosas, mas de cunho social e político, impactando a vida de toda a sociedade de forma positiva”, fala o pesquisador.

“Ele dedicou sua vida ao serviço dos menos favorecidos, se doou, era incansável. Seu exemplo e legado será lembrado por outras gerações porque todos que conheceram Dom Carlos contam com orgulho a sua história e quando ele chega a Viseu é uma festa. Então o documentário é uma forma de reconhecer, homenagear e contar sua história. História de vida de amor e sua relação profunda com Viseu. Posso  dizer que a vida deste missionário daria um filme e tantas outras obras.   Era diferenciado pelo carinho e cuidado pelo povo da cidade e por ensinar e promover muitos momentos culturais estimulando a arte e a cultura”, acentua.

A PEDRA GRANDE

Já o filme “A Pedra Grande Gurupi: O Encantado Cenário de Viseu Pará”, remonta através da história de pescadores e ribeirinhos, a visão mítica sobre esta ilhota a 25km da sede do município de Viseu. Uma história repleta de misticismo e encantaria contada pelos viseuenses; o filme mostra também as belezas naturais da região e o costume dos que aqui lá vivem.

De autoria do professor Esron Luís Maia, esse projeto é resultado de pesquisas iniciadas desde 2019 sobre a maravilha natural que está no ponto de intercessão entre o rio Gurupi e o oceano Atlântico. “Esse é um elemento longe de ser esgotado enquanto matéria de pesquisa, seja no olhar do mítico, da beleza natural e da beleza científica. A Pedra Grande do Gurupi  marca não somente a história de Viseu no nordeste paraense, mas mergulha num encanto que vai além do mundo físico. Ela indica a morada do rei lusitano Dom Sebastião na região Norte, mostrando a força e a importância da linguagem, da política, da conservação ambiental e da religiosidade para o nosso povo viseuense, paraense, amazônico”, ressalta o autor.

Sobre essa obra, o pesquisador Raimundo Gonçalves descreve a crenças de algumas pessoas que acreditam que a pedra possui propriedades místicas ou espirituais, e há relatos de fenômenos inexplicáveis que teriam ocorrido na área.

Entre as histórias mais populares, estão contos sobre aparições, vozes e a presença de entidades espirituais, até animais já foram avistados segundo alguns pescadores.

Devido toda a sua história e significado cultural e belezas naturais, a Pedra Grande do Gurupi atrai turistas, pesquisadores e amantes da natureza. Tudo que está a sua volta oferece oportunidades de contato direto com a natureza e seu mistérios. A pedra é ainda, de acordo com outros estudos, uma das moradas do Rei São Sebastião que enriquece a lenda da Pedra Grande

A pedra tem grande relevância cultural para a população local, indo além de uma simples formação rochosa. Ela faz parte da identidade cultural da região e é um símbolo de beleza natural e mistério. Seus mistérios inspiram grupos folclóricos local e assim contam e interpretam seus encantos. O documentário sobre a Pedra Grande do Gurupi em Viseu/PA, torna-se muito importante para a história da região e o folclore popular, ao mostrar ao mundo o ícone da natureza que combina beleza, mistério e cultura local, fazendo parte do imaginário da população local”, descreve.

SERVIÇO

As exibições dos documentários estão acontecendo gratuitamente sempre às  19h, nas comunidades de São José do Gurupi, Fernandes Belo, Açaietua, Curupaiti, Limondeua e sede do município de Viseu.

Imagens: Divulgação

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