Para potencializar a participação e o protagonismo dos estudantes da rede pública estadual nas discussões sobre a agenda climática, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), vai realizar, de 17 a 21 de março de 2025, a 1st International Child & Youth Conference on Education and Climate Change (CYC) – 1ª Conferência Internacional Infantojuvenil sobre educação e mudança do clima – “Reflorestando Mentes”.
Além de estudantes da rede estadual, o encontro vai mobilizar alunos do mundo todo para debates sobre a questão ambiental e a construção de propostas da educação para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que ocorrerá em novembro do ano que vem, em Belém.
“A CYC é a primeira Conferência Internacional idealizada pela Seduc Pará. A educação e os jovens precisam ter voz na COP 30, em 2025. É olhando para a raiz dos problemas e propondo soluções a serem administradas e conscientizadas desde a primeira infância que vamos conquistar um efeito permanente na sociedade”, afirma o secretário de Educação do Pará, Rossieli Soares.
Seduc fortalece ações e pensamentos críticos – O titular da Seduc afirma que a educação e a juventude precisam estar envolvidas nas discussões sobre o clima. “Vamos estimular e garantir ferramentas para que nossos estudantes, alinhados ao componente de Educação Ambiental, desenvolvam projetos e pensamentos críticos estruturados, para propostas factíveis. Esse será um momento histórico para a educação do Pará e do mundo, que finalmente ganhará espaço na discussão das mudanças climáticas em proporções globais”.
A CYC está alinhada com a Política Pública de Educação para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima da Seduc e é alicerçada no objetivo que garante a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com a preservação ambiental. Ao proporcionar um intercâmbio de experiências entre estudantes amazônidas e jovens de diferentes regiões do mundo, o encontro quer incentivar projetos que contribuam para a proteção do planeta.
O evento é um marco histórico, que enfatiza a importância da educação ambiental e reafirma o Pará como protagonista nas discussões globais sobre mudanças climáticas. A expectativa é de que mais de dois mil participantes e cerca de 200 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) estejam na capital paraense para a CYC.
De acordo com o coordenador de Educação Ambiental da Seduc, Mauro Tavares, o encontro quer deixar um legado para as futuras gerações. “A Política para o Meio Ambiente Sustentabilidade e o Clima vem implementando diversas ações com resultados significativos para a comunidade escolar paraense também”, disse ele.
CYC que construir propostas com a voz dos estudantes para COP 30 – O coordenador da Seduc, Mauro Tavares, pondera que “o evento quer promover uma integração com jovens do Pará, de outros estados e também dos países que compõem a ONU. Vamos colocar prioritariamente a discussão da educação promovida por essas crianças e jovens para conseguir, juntos, preparar essa geração futura para liderar as discussões sobre as questões climáticas. Essa conferência tem esse propósito de promover inspiração, conscientização e ação desde cedo. O ‘Reflorestando Mentes’ visa estimular principalmente a prática sustentável através de ações democráticas e educativas para a melhoria da qualidade ambiental do nosso planeta, por isso, a nossa expectativa é grande, teremos representantes de todo o Pará e vamos demonstrar a potência que os jovens têm e, como produto final, a gente espera construir um documento, a partir das discussões com as vozes desses jovens para a COP 30”.
A Escola Estadual Dr. Otávio Meira, no município de Benevides, na Região Metropolitana de Belém (RMB), tem envolvido os estudantes em projetos de Educação Ambiental. Um deles é o projeto “OM Recicla” que, por meio de uma gincana ecológica, arrecadou 17.737 embalagens recicláveis.
A iniciativa é um dos projetos inscritos na 1ª Conferência Internacional Infantojuvenil sobre Educação e Mudança do Clima (CYC). O professor de Geografia e Educação Ambiental da escola, Adriel Souza, tem grande expectativa sobre o evento preparatório para a COP 30.
Projetos ambientais mobilizam comunidade escolar – O professor Adriel Souza enfatiza que “o ‘OM Recicla’ é um projeto que vai além dos muros da escola. Hoje, o projeto envolve os alunos, professores e toda a comunidade da Escola Estadual Otávio Meira, e nós queremos estendê-lo para outros ambientes, uma vez que escrevemos nosso projeto na Conferência Infantojuvenil, e participamos da fase pré-conferência. Apresentamos o projeto na nossa conferência escolar, e vamos concorrer a uma vaga para estarmos na COP 30. Esperamos que nosso projeto esteja lá, seria incrível”, disse o educador.
A estudante da 2ª série do Ensino Médio, Maria Ludmila Nascimento, afirma que o projeto de educação ambiental desperta novos olhares e conhecimentos sobre sustentabilidade. “Nós estamos envolvidos de várias formas, já que a escola tem envolvido a gente em projetos de consciência ambiental. Acho importante nós participarmos dessas iniciativas porque a gente acaba ajudando o meio ambiente de uma forma legal. Nosso lema é ‘pode avisar para geral, que no OM tem consciência ambiental”.
Outro projeto desenvolvido por estudantes da rede pública estadual e já inscrito na CYC é o “Te arreda, crise climática”, da Escola Estadual de Tempo Integral Celso Rodrigues, no município de Santo Antônio do Tauá, no nordeste paraense. A iniciativa integra energia eólica a uma horta, em formato de mandala, automatizada pela plataforma arduino e inteligência artificial (IA), destinada a gerar energia limpa, produzir alimentos orgânicos e gerar informações personalizadas sobre nutrição.
Tecnologia a favor do meio ambiente – O projeto utilizou a abordagem STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática) para construir uma turbina eólica utilizando materiais reciclados, sucata eletrônica e a horta mandala automatizada, demonstrando o potencial da tecnologia e criatividade na resolução de problemas ambientais. A IA, integrada ao sistema, oferece informações sobre o crescimento de plantas e orientações sobre nutrição, promovendo educação alimentar e consumo consciente.
De acordo com o professor orientador do projeto, Fábio Jorge, a iniciativa busca inspirar e ressaltar a importância do protagonismo juvenil na defesa ambiental do planeta. “Estamos extremamente orgulhosos do trabalho da nossa equipe. O Projeto ‘Te arreda, crise climática’ representa a dedicação e criatividade dos nossos estudantes. Ações como essas fortalecem o protagonismo juvenil na luta contra a crise climática. Queremos tornar a nossa escola um modelo de sustentabilidade”, afirma.
A 1ª Conferência Internacional Infantojuvenil sobre Educação e Mudança do Clima (CYC) também terá estudantes embaixadores. Ao todo, foram selecionados 144 estudantes para representar os 144 municípios paraenses. São 144 chaperones (acompanhantes), e 128 estudantes dos projetos ambientais com 64 professores orientadores.
Os estudantes da rede pública estadual, com idade entre 12 e 18 anos, submeteram projetos inovadores para a conferência infantojuvenil durante os meses de setembro e outubro, conectando realidades locais às questões globais de mudança do clima.
A Seduc informa que foram analisados pelas Diretorias Regionais de Ensino (DREs) 671 projetos. Desse total, 64 foram selecionados e dois estudantes por projeto. A Seduc selecionou 12 projetos de diferentes povos indígenas e comunidades quilombolas da Amazônia paraense. Dos 12, seis projetos foram realizados com estudantes indígenas e os outros seis por estudantes quilombolas.
A estudante da 2ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Pedro Amazonas Pedroso, em Belém, Tamires Eleres, foi selecionada para representar a capital paraense na CYC. Para ela, o feito é uma grande responsabilidade. “Ter sido selecionada como estudante embaixadora foi uma surpresa. No dia em que eu descobri, fiquei feliz e emocionada, porque se tem uma coisa que eu amo, é levar o nome da minha escola, usar o uniforme do Pedroso com orgulho”.
“Quero mostrar que nós jovens podemos ser protagonistas da nossa própria história. Tenho me preparado com leitura e estudo sobre educação indígena, mudanças climáticas, porque eu acredito que a busca pelo conhecimento, além do que é proposta em sala de aula, é essencial. Por isso, estou procurando saber mais sobre o meu Pará para representar, de fato, e estar capacitada para as discussões”, contou a aluna Tamires Eleres.
Serviço
O site cyc.seduc.pa.gov.br vai divulgar as informações sobre a 1ª Conferência Internacional Infantojuvenil sobre Educação e Mudança do Clima (CYC).
Fonte: Agência Pará/Foto: Ascom Seduc