ALEGAÇÕES INCLUEM CONTRATAÇÃO DE EMPRESAS LIGADAS A SERVIDOR DO TCM-PA, SUPOSTAS FRAUDES EM LICITAÇÕES, PAGAMENTOS IRREGULARES E INTIMIDAÇÕES; PREFEITURA E DEMAIS ENVOLVIDOS FORAM PROCURADOS, MAS ATÉ O FECHAMENTO DA REPORTAGEM NÃO HOUVERAM RESPOSTAS
Um morador de Goianésia do Pará encaminhou à Polícia Federal uma série de denúncias graves contra a atual gestão municipal. Segundo o denunciante, uma rede formada por funcionários públicos, empresas de consultoria e pessoas próximas órgãos oficiais estaria articulando contratações e licitações para garantir pagamentos e aprovações de prestações de contas em troca de vantagens financeiras — incluindo, afirma, extorsões para que empresários vençam processos licitatórios.
De acordo com a denúncia, cujos trechos e nomes foram reproduzidos pela reportagem na forma em que foram apresentados pelo denunciante:
- Ligação com um servidor do TCM-PA: O denunciante aponta um servidor do Tribunal de Contas dos Municípios do Pará – TCM-PA, como articulador que teria “trazido” ao município duas empresas de contabilidade e consultoria — D. Sampaio T. Moreira Consultoria e Assessoria Contábil e Meta Treinamento Assessoria e Consultoria Ltda. — que, somadas, teriam contratos mensais na ordem de R$ 92.500,00. O denunciante afirma que o funcionário, de prenomes Luiz Fernando, teria participação nos recursos financeiros dessas empresas.
- Uso de empresas “de fachada” e controle sobre licitações: A denúncia cita a TN3 Assessoria e Consultoria Ltda. como empresa vinculada a familiares de servidores locais, mas com “laranjas” no registro e endereço incompatível com atividade empresarial. Segundo o relato, essa empresa cuidaria dos processos licitatórios do município.
- Envolvimento de membros da Secretaria de Fazenda do município como a senhora Danuta Macedo, e familiares próximos, que estariam ocupando posições estratégicas: dona Socorro, mãe dela, cuidaria das licitações; Verusca. irmã, atuaria na contabilidade municipal, e o marido da secretária seria motorista do prefeito. Essas colocações, diz o denunciante, favoreceriam desvios, fraudes e o pagamento de “propinas”.
- Pregoeiro e áudios vazados: O denunciante afirma que um pregoeiro identificado como Fernando Barros foi alvo de um vazamento de áudios em que, segundo ele, se constataria favorecimento a fornecedores da merenda escolar. Apesar do episódio, a denúncia afirma que o pregoeiro continua a atuar remotamente, com acesso à administração do servidor da prefeitura.
- Pagamentos sem respaldo e retroatividade: Há alegações de processos licitatórios com pagamentos já efetuados sem parecer jurídico, dispensas com datas retroativas e processos incompletos que teriam sido pagos e não publicados no portal do Tribunal de Contas. O denunciante afirma ainda ter provas de notas fiscais de bens que não teriam sido entregues e da utilização indevida de tokens de assinatura eletrônica de secretários.
- Extorsão de empresários: Entre as acusações, o denunciante diz que empresários foram coagidos a pagar quantias para vencer licitações — cita um caso concreto de R$ 450 mil — e afirma que tais práticas seriam frequentes na cidade.
- Uso de recursos federais: Segundo o relato, recursos federais, incluindo verbas do Fundeb e do FPM, estariam sendo desviados.
- Ameaças e intimidação: O denunciante afirma que o prefeito teria recebido ameaças de morte e que o marido da secretária de Fazenda circula armado em veículo blindado, fazendo ameaças a quem critica a gestão. Ainda segundo o relato, forças de segurança locais — polícia e delegado — receberiam benefícios financeiros regulares da Secretaria de Fazenda, inibindo investigações locais.


Provas e acesso da reportagem
O denunciante afirma possuir áudios, documentos e outros materiais que comprovariam as irregularidades descritas. As informações aqui publicadas seguem o princípio do relato: tratam-se de alegações feitas por um denunciante que pediu para não se identificar publicamente por questões de segurança.
REPERCUSSÃO E PEDIDO DE POSICIONAMENTO
A redação procurou oficialmente a Prefeitura de Goianésia do Pará, a Secretaria de Fazenda municipal, as empresas citadas e o TCM-PA para comentar as acusações e, quando cabível, apresentar documentos ou explicações sobre contratos e procedimentos licitatórios. Caso tenhamos retorno, a matéria será atualizada com as respostas.
Da Redação/Imagens: Reprodução









