O Ministério da Saúde está em negociação com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para a aquisição emergencial de 25 mil doses da vacina contra a mpox (varíola dos macacos). A informação foi divulgada, na última quinta-feira (15), durante a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde para coordenar ações de resposta à doença.
A medida vem diante da decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de declarar emergência internacional para a doença.
– A vacina Jynneos é de um produtor nórdico e é uma produção pequena. Há insuficiência no mercado internacional – disse a secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel.
Ela explicou que a OMS negocia com o produtor o aumento da oferta de doses. E acrescentou :
– Neste momento, estamos negociando com a Opas um processo de compra. Para que, além daquelas pessoas que já vacinamos, ter uma reserva no Brasil.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que o Brasil apresenta sinal de estabilidade e controle da mpox e que não há motivos para “alarme”. Segundo ela, é necessário manter, no entanto, um estado de “alerta” em relação ao vírus.
– Este é, sim, um motivo de alerta, monitoramento e preocupação. Para isso, contamos com nossos sistemas de vigilância e os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens), que são essenciais nessa resposta. Contudo, é importante reforçar que não há motivo para alarme, como já mencionado em comunicados anteriores. Devemos permanecer vigilantes e seguir as recomendações disponíveis para lidar com essa emergência de importância internacional, considerando a presença do vírus no Brasil – falou.
Ela destacou que não há no Brasil nenhum caso da variante 1B do vírus mpox que causou surtos com maior capacidade de transmissão e maior gravidade.
– Temos casos no Brasil com a cepa 2, não com essa nova cepa.
Desde a Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional (ESPII) anterior para Mpox, as ações de vigilância para a doença se mantiveram como prioridade no Ministério, da Saúde que já vinha acompanhando com atenção a situação dessa doença no mundo e monitorando as informações compartilhadas pela própria OMS e por outras instituições.
CASOS NOTIFICADOS
Em 2024, foram notificados 709 casos confirmados ou prováveis, número significativamente menor em comparação aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da doença no Brasil. Desde 2022, foram registrados 16 óbitos, sendo a morte mais recente em abril de 2023.
– Não tivemos nem um óbito em 2024 – reforçou a secretária Ethel Maciel.
O perfil das pessoas infectadas é principalmente de pessoas do sexo masculino, pessoas com HIV e imunocomprometidos.
Em 2023, a vacinação contra a mpox foi iniciada em um momento de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, com o uso da vacina sendo liberada pela Anvisa de forma provisória, priorizando a proteção das pessoas com maior risco de evolução para as formas graves da doença. Desde o início da vacinação, mais de 29 mil doses foram aplicadas.
VACINAÇÃO
A ministra da Saúde esclareceu que não haverá vacinação em larga escala contra a mpox.
– No Brasil, nós vacinamos com uma licença ainda especial da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] em casos muito excepcionais, para grupos muito vulneráveis, pessoas que tinham tido contato com outras pessoas doentes. Então, a vacinação nunca será uma estratégia em massa para a mpox – ressaltou Nísia.
Ela acrescentou que os especialistas seguem estudando a eficácia da vacina no enfrentamento da nova cepa, e a dificuldade de aquisição de imunizantes ante a escassez de fabricação em massa de doses.
ENTENDA A DOENÇA
A mpox é uma doença causada pelo mpox vírus (MPXV) e a transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com pessoa infectada pelo mpox vírus; materiais contaminados com o vírus; animais silvestres (roedores) infectados.
*Com informações da Agência Gov
Fonte: Pleno News/ Foto: Walterson Rosa/MS