O setor da construção civil vive um momento de forte crescimento no Pará, especialmente na Região Metropolitana de Belém. Desde 2024, já foram gerados mais de 96 mil empregos no estado, impulsionados por grandes investimentos públicos e privados relacionados à preparação da cidade para sediar a COP 30, em novembro de 2025.
O aquecimento do setor tem como principais motores a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e o avanço de programas federais como o Novo PAC e o Minha Casa, Minha Vida. Juntos, esses projetos abrangem desde obras de infraestrutura urbana até construções voltadas ao turismo, saúde e habitação.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA), Fabrizio Gonçalves, as obras já resultaram em um aumento de quase 23% nos empregos da construção. “Estamos vendo um crescimento impulsionado por investimentos em todas as esferas municipal, estadual e federal, além da iniciativa privada”, afirmou.
De acordo com o Novo Caged, o Pará liderou a geração de empregos formais na Região Norte em fevereiro de 2025. A construção civil foi o quarto setor que mais contribuiu para esse resultado. Desde o início de 2024, já são mais de 96 mil admissões, sendo quase 17 mil apenas em Belém.
Apesar do bom momento, o setor enfrenta um grande desafio: a falta de mão de obra qualificada. “Essa é nossa principal dificuldade hoje. O mercado precisa de trabalhadores preparados, e ainda temos uma escassez significativa”, explicou Fabrizio.
Para enfrentar esse problema, foi firmado um convênio entre o governo federal e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), com apoio do SENAI e do SESI. A proposta é capacitar e empregar pessoas do CadÚnico, especialmente beneficiários do Bolsa Família, em funções como pedreiro, eletricista e operador de máquinas. Durante o período de formação e inserção no mercado, os trabalhadores seguirão recebendo o benefício social por seis meses.
Além da geração direta de empregos, o crescimento da construção movimenta toda a cadeia econômica: comércio, indústria, transportes e serviços especializados. O impacto é sentido desde grandes empreiteiras até pequenos fornecedores.
Obras em andamento pela Prefeitura de Belém para a COP 30:
Distrito de Inovação e Bioeconomia: 40% concluído – previsão de entrega: agosto/2025
Parque Urbano Igarapé São Joaquim (1ª Etapa): cerca de 20% – término: outubro/2025
Reforma do Complexo Ver-O-Peso:
Feira do Açaí, Pedra do Pescado e Feira Principal: 80,05% – previsão: outubro/2025
Mercado de Carne: 81,26% – término: setembro/2025
Mercado de Peixe: 89,38% – entrega prevista: agosto/2025
Avenida Júlio César (1ª Etapa): 22,75% – término: agosto/2025
Galpão da Concaves (gestão de resíduos e bioeconomia): 45,73% – entrega: agosto/2025
A expectativa é de que o ritmo intenso continue nos próximos meses, consolidando uma fase histórica de crescimento para o setor da construção no estado.
Imagem: Agência Pará
