64% dos entrevistados afirmam que a segurança pública piorou no último ano
Beto Souzada CNN
Uma pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 1 e 3 de abril, revela que a percepção de aumento da criminalidade nos últimos 12 meses é maior entre os moradores do estado de São Paulo do que na média brasileira. A margem de erro para os resultados estaduais é de três pontos percentuais, enquanto para os nacionais é de dois pontos.
Em São Paulo, 64% dos entrevistados afirmam que a segurança pública piorou no último ano. Em contrapartida, 26% consideram que a situação se manteve estável e 8% acreditam que houve melhora. A nível nacional, 58% dos brasileiros percebem um aumento da criminalidade, enquanto 25% não notaram mudanças e 15% relataram uma diminuição.
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O medo de roubo de celular e agressões na rua também é mais acentuado entre os paulistas. A pesquisa ouviu 1.500 pessoas em São Paulo e 3.054 em todo o país, aponta para uma diferença significativa na sensação de insegurança.
Maior preocupação
A pesquisa Datafolha também abordou a preocupação com roubo de celular. Em São Paulo, 43% da população se diz constantemente preocupada com a possibilidade de ter o aparelho roubado na rua, enquanto a média nacional é de 37%.
A percepção de insegurança em São Paulo se estende a outros tipos de crime. Entre os participantes da pesquisa, 29% dos entrevistados paulistas se dizem sempre preocupados com o risco de agressões, dois pontos percentuais acima da média nacional. O mesmo ocorre com a preocupação em relação a sequestros e balas perdidas, que também é ligeiramente, cerca de 3% maior entre os moradores de São Paulo.
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Na região Sudeste como um todo, a percepção sobre o aumento da criminalidade é semelhante à de São Paulo, com 24% dos entrevistados no Sudeste consideram que a situação não se alterou e 11% acreditam em uma melhora. Considerando a margem de erro, esses números empatam tecnicamente com os resultados de São Paulo.
Apesar da percepção de aumento da criminalidade, os dados oficiais mostram uma queda nos homicídios em São Paulo. Em 2024, foram registradas 498 vítimas de homicídio no estado, o menor número da série histórica e uma redução de 3,5% em relação às 516 mortes registradas em 2023.
À CNN, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que São Paulo é o estado com a menor taxa de homicídios do país e está reduzindo sistematicamente os casos de roubos em todo território paulista.
Veja a nota na íntegra:
“Nos dois primeiros meses do ano, o estado registrou o menor número de roubos em geral para o período em toda a série histórica — uma redução de 11,4% em relação a 2024. Também houve queda nos casos de latrocínio e nos roubos de carga no mesmo bimestre.
A atual gestão tem reforçado o patrulhamento ostensivo e ampliado as ações de inteligência. Desde o início do governo, mais de 9,1 mil policiais foram contratados, e outros 5,1 mil já estão em formação. Em 2024, a Polícia Civil de São Paulo registrou a maior formação de profissionais de sua história. Além disso, quase 9 mil vagas estão previstas em concursos em andamento para as três forças policiais, com outras 206 já autorizadas.
Como resultado, mais de 426 mil criminosos foram presos desde 2023 — uma média de 546 prisões por dia. Ao todo, foram apreendidas 512 toneladas de drogas, gerando um prejuízo estimado de R$ 2,3 bilhões ao crime organizado.
As polícias também vêm atuando de forma contínua no combate a roubos, furtos e à receptação de celulares. Em 2024, houve uma redução de 9% nos casos registrados na capital em comparação com 2023. Em fevereiro deste ano, a tendência de queda se manteve, com retração de 10%.
Quase 11 mil celulares foram apreendidos durante mais uma fase da Operação Big Mobile, deflagrada pela Polícia Civil de São Paulo contra receptadores, no mês passado. Na ação, 69 pessoas foram presas.
Além disso, a Secretaria de Segurança Pública investiu mais de R$ 600 milhões em equipamentos para as forças policiais, com a entrega de 16,5 mil armas, 1,8 mil viaturas, 20,8 mil coletes e um novo helicóptero Águia, que atende a todo o estado.”
Reprodução/ Polícia Militar de São Paulo