Cultivar uma horta virou uma prática comum nas escolas da rede municipal de ensino de Belém, que oferece aos alunos o contato com a natureza, ao lidar com a terra, com as plantas, as frutas, as verduras e os legumes.
Na Escola Municipal Casa Escola da Pesca, em Outeiro, o cultivo da horta foi integrado à criação de peixes. Essa prática é chamada de Aquahorta e toda a produção desse processo é utilizada na cozinha da escola, no preparo de alimentos.
O projeto Aquahorta tem como principal objetivo integrar o cultivo de peixes e hortaliças como estratégia para diminuir os possíveis impactos causados pela criação de peixes e pela agricultura, além de oportunizar uma prática escolar ecologicamente sustentável, construindo conhecimentos significativos a respeito da relação do homem com o meio ambiente.
No processo de Aquahorta implantado na CEPE, a água dos tanques de peixe, que seria despejada no Rio Maguary, passa por uma filtragem e parte dela vai para regar a horta, enquanto outra parte volta para os tanques.
A água que sai dos tanques de peixe é rica em fósforo, nitrogênio e potássio, tudo que a planta precisa para crescer e se desenvolver, tornando-se um fertilizante natural.
“Ela (a água), que vem da piscicultura, vem alterada, justamente com o que as plantas precisam, rica em NPK (sigla para Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K), que são três nutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas), resultado da composição da ração e das fezes do peixe”, afirmou o engenheiro de pesca Valdemar Dias, responsável pelo projeto na Escola da Pesca.

A produção gerada na Aquahorta da CEPE vai toda para o consumo dos estudantes da unidade. Tem espinafre, cariru, manjericão, erva-cidreira, cheiro-verde e mamão, que têm contribuído para uma alimentação mais saudável.
“Os produtos da nossa horta são de boa qualidade, vêm sem agrotóxicos e as folhas que caem das árvores também são aproveitadas no adubo”, acrescenta Elisangela Costa, merendeira da escola.
Os estudantes da Escola da Pesca são divididos em 2 turnos, que funcionam através de rodízio. Durante 15 dias, uma turma tem aula dentro da unidade, enquanto a outra leva atividades para suas comunidades ou faz estágio.
No período em que estão na comunidade, aproveitam para pôr em prática o que aprendem na Escola da Pesca. Para Raissa Cardozo, 20 anos, aluna da 2ª Totalidade do Ensino de Jovens, Adultos e Idosos da CEPE, a prática com a Aquahorta tem ajudado muito a se destacar nos estágios que participa. “A gente viaja para Castanhal, Curuçá e outras localidades levando tudo que eu aprendi aqui sobre a horta. É bom, faz a gente se destacar”, concluiu.
Fonte e imagens: Agência Belém
