Um percurso de 3,7 quilômetros foi percorrido pela Berlinda com a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, pelas ruas do centro de Belém, da Catedral Metropolitana da Sé até a Basílica Santuário, acompanhada por uma multidão de aproximadamente 2 milhões e 600 mil pessoas, segundo estimativas dos órgãos competentes e da Diretoria da Festa de Nazaré – DFN. A cada ano, o Círio de Nazaré cresce em número de promesseiros e romeiros que, durante a procissão, cumprem promessas, fazem agradecimentos e apresentam seus pedidos a Jesus Cristo com a intercessão de Maria Santíssima, primeiro tabernáculo do altíssimo, como disse o Cônego Cristóvão Freitas, reitor do Seminário Providentino.
No trajeto, centenas de homenagens realizadas para Nossa Senhora de Nazaré, desde que a Imagem Peregrina foi posta na Berlinda após a Solene Missa campal em frente a Catedral da Sé presidida por Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Belém. Queima de fogos, grupos com corais e inúmeras paradas, como em frente ao Mercado de Peixe do Ver-o-Peso.
Chegando na Estação das Docas, a corda foi atrelada à Berlinda com todas as estações. A procissão seguiu.
ARRUMADORES
Uma das maiores homenagens, com cerca de 20 minutos de queima de fogos, ocorreu na Praça da Escadinha do Cais do Porto. Ali estava concentrada a diretoria e associados do Sindicato dos Trabalhadores Arrumadores do Estado do Pará. A Berlinda parou. Era dobrada do Boulevard Castilhos França e Marechal Hermes para a Avenida Presidente Vargas, em pleno coração do centro da capital paraense.
Nazareno Ribeiro, presidente do SINTRACAPA, destacou que esta é uma tradição que chegou à sua 47ª edição.
“Todos os anos o Sindicato dos Arrumadores está aqui na Praça dos Arrumadores, com sua diretoria, seus associados para homenagear a Virgem de Nazaré. São 47 anos de tradição que haverá de se multiplicar”, disse Nazareno, rogando a Deus que a categoria se fortifique e continua a labuta nos portos do Estado do Pará.
“São muitos anos de luta, mas estamos aqui; isso é um momento ímpar de agradecimento e de novos pedidos, pois somos nós que ajudamos no engrandecimento deste Estado, mas o reconhecimento é pequeno. Por isso, precisamos das bênçãos para continuar na labuta, na vida com dignidade. Neste momento, centenas de portuários estão trabalhando em Vila do Conde e não puderam estar aqui conosco”, destacou Nazareno, que estava no local desde a noite de sábado, quando, durante a Trasladação, foi feita uma nova homenagem a Nossa Senhora por ocasião da passagem da Berlinda rumo à Catedral.
O CÍRIO
Passava das 7h quando a Imagem da Santa foi levada até a Berlinda. Começava a Grande Romaria que se encerrou pontualmente às 11h56, quando chegou Praça Santuário. Foram quase cinco horas de caminhada.
Na chegada, uma nova celebração eucarística no altar da Praça Santuário, onde a Imagem Peregrina ficará em vigília por toda a quinzena do Círio até o Recírio, quando é levada de volta ao Colégio Gentil Bittencourt, onde ficará até o próximo Círio, da edição número 234, em 2026, mas aí, já é outra história. Para o povo paraense, o Círio começa assim que encerra o atual, então, nunca deixa de se viver o clima de Círio, a maior festa de fé e devoção mariana do mundo, que reúne o maior número de fiéis católicos em um único dia.
Por Roberto Barbosa/Jornal A PROVÍNCIA DO PARÁ/Imagens: Nazaré Sarmento
