Depois de três anos sem um título estadual Remo quebra tabu e conquista 48° título do Parazão
Com a garra de um Leão ferido, o Remo reverteu a desvantagem do tempo normal (derrota por 1 a 0) e rugiu mais alto nos pênaltis, vencendo o Paysandu por 6 a 5. A épica disputa das penalidades máximas selou o 48º título paraense do clube azulino, em mais um emocionante capítulo da histórica rivalidade entre os gigantes do Pará, na noite deste domingo no Mangueirão.
A decisão histórica entre Remo e Paysandu começou eletrizante, fiel à rivalidade. Logo aos três minutos, Vilela assustou a torcida azulina com um chute potente da intermediária, exigindo uma defesa crucial de Rangel para escanteio.
Passar os 20 minutos, foi a vez de Matheus Nogueira brilhar, operando um milagre em cabeçada fulminante de Pedro Rocha na pequena área. Dez minutos depois, o Remo sofreu um revés com a lesão de Janderson, levando a uma substituição tática inesperada de Daniel Paulista, que colocou Kadu em campo, gerando apreensão na torcida.
Sob muita chuva que intensificava a atmosfera do clássico, o primeiro tempo seguiu disputado, com ambas as equipes buscando o gol e as torcidas cantando fervorosamente. Pedro Rocha ainda teve outra oportunidade, mas parou novamente nas mãos do goleiro bicolor. Apesar do ritmo intenso, o primeiro tempo terminou sem gols.
No segundo tempo, os times retornaram com a mesma disposição. Aos cinco minutos, Felipe Vizeu recebeu um passe açucarado e ficou cara a cara com Nogueira, mas finalizou fraco, facilitando a defesa. Pouco depois, um chute de Matheus Vargas desviou no braço de Reynaldo dentro da área. Após revisão do VAR, o árbitro assinalou pênalti, convertido por Rossi, abrindo o placar para o Paysandu.

O Remo respondeu com mudanças, incluindo a entrada de Adaílton no lugar do contestado Felipe Vizeu. O Paysandu, por sua vez, recuou a equipe com a entrada de Bryan Borges. As alterações não elevaram o ritmo da partida, que se tornou mais lenta, com leve domínio bicolor.
Um pouco mais que 35 minutos, em um lance crucial, Adaílton avançou pela esquerda e chutou, a bola desviando no braço de Bryan Borges, em um lance similar ao do pênalti do Paysandu. O árbitro marcou a penalidade, mas o próprio Adaílton desperdiçou a cobrança, defendida por Matheus Nogueira. A chance perdida acirrou os ânimos, com discussões entre jogadores e uma atmosfera de tensão e desespero na arquibancada. O placar de 1 a 0 levou a decisão para os pênaltis, prolongando o sofrimento dos torcedores.

Nas penalidades, o empate agregado em 3 a 3 impôs a disputa emocionante. Bryan Borges abriu a série convertendo para o Paysandu, mas Pedro Castro parou em Matheus Nogueira. Benítez errou a segunda cobrança bicolor, e Dodô empatou para o Remo. André Lima colocou o Paysandu à frente novamente, mas Pedro Rocha igualou. Vilela marcou a quarta cobrança do Papão, e Alvariño empatou. Giovanni fez o quinto gol bicolor, e Adaílton marcou novamente para o Remo. Nas alternadas, Quintana fez o sexto do Paysandu, e Marcelinho manteve o Remo vivo. Na sequência, Dudu Vieira desperdiçou a cobrança decisiva, e Reynaldo converteu, garantindo a vitória por 6 a 5 nos pênaltis e o 48º título paraense para o Clube do Remo, encerrando um tabu histórico.

Por Marina Moreira
Fotos: Marina Moreira /A Província do Pará