Uma prequela visualmente imponente, embora confusa em suas intenções.
Em termos de maestria visual, poucos cineastas têm uma presença tão antiga e tão moderna ao mesmo tempo como Ridley Scott. Seus poderosos instintos o levam a conceber os filmes mais espetaculares possíveis, especialmente no terreno da ficção científica, onde criou sagas inesquecíveis. Isso não significa que sempre acerte quando quer voltar às mesmas, e aí está Prometheus para demonstrá-lo.
A prequela do universo Alien que ajudou a criar foi carregada de enorme polêmica por suas decisões criativas, embora tenha terminado sendo positivo ao ser um dos maiores sucessos de bilheteria do diretor (o quarto que mais arrecadou em toda sua carreira). O filme é fácil de conferir no streaming através do Disney+.
Um grupo de cientistas encontra vestígios de uma espécie que é responsável pela existência da vida na Terra, e cujo paradeiro se encontra em um planeta distante na galáxia. Com o apoio de um empresário interessado na descoberta, estes pesquisadores realizam uma expedição que lhes levará anos de viagem para descobrir uma série de segredos que jamais esperavam encontrar.
Scott volta a demonstrar um gosto requintado para a criação de um mundo de ficção científica, traçando designs bastante imponentes neste planeta desconhecido e também nos oferecendo trajes muito bem cuidados que não são a enésima réplica do traje espacial. Este trabalho torna mais fácil a imersão em uma proposta muito potente para um filme de ficção científica: E se fôssemos capazes de conhecer nossos criadores, mas estes estivessem profundamente decepcionados conosco?
Esta ideia já mostra o que Scott considera prioritário para o universo de Alien, o 8º Passageiro, e que difere do que muitos prefeririam ver em um filme desta saga. Quase poderia ter sido um filme original, e é possível que a reação tivesse sido mais branda do que foi. Embora não teria resolvido parte do disparate em que acaba se transformando seu terceiro ato, que torna mais difícil a suspensão da incredulidade.
A experiência de Prometheus se aproxima bastante do frustrante precisamente por não aproveitar totalmente o enorme potencial que guarda dentro de si, e que se desenvolve maravilhosamente através do personagem robótico de Michael Fassbender. Com ele, Scott vai deixando as ideias mais potentes desta nova história dentro da saga, agora inconclusa, mas não distrai dos problemas fundamentais.
*Conteúdo Global do AdoroCinema