Imagens mostram o animal agarrado a uma cadeira de bar para não ser levado pela força da água durante temporal na última segunda (15).
O cenário era de destruição e medo na Avenida dos Andradas, no Centro de Juiz de Fora, durante o forte temporal da última segunda-feira (15). No entanto, em meio à força da enxurrada que arrastava lixo e transformava ruas em rios, uma cena inusitada roubou a atenção: um pequeno roedor, lutando bravamente pela vida, agarrado aos pés de uma cadeira de bar para não ser levado pela correnteza.
O Flagrante do Inusitado
O registro foi feito pelo fotógrafo Marcelo Ribeiro, cujo olhar treinado pelo fotojornalismo não deixou o momento passar despercebido. Enquanto ônibus passavam criando ondas que castigavam ainda mais quem estava na via, Marcelo acompanhou a jornada do animal.
“O rato veio com a enxurrada. Começou a vir muito lixo, muita coisa, muita água… O rato veio tentando se abrigar, se proteger”, relatou Marcelo ao g1. Segundo ele, após o esforço hercúleo para se manter na cadeira, o animal conseguiu se desvencilhar, pulando de objeto em objeto até desaparecer de vista.
Entre o Nojo e a Empatia
Embora roedores sejam frequentemente associados a doenças e falta de higiene, a vulnerabilidade do animal diante do desastre natural despertou um sentimento inesperado nos internautas: piedade. O vídeo, que rapidamente viralizou, acumulou comentários de pessoas que, apesar do receio habitual com o bicho, torceram por sua sobrevivência.
- “Não te quero perto, mas estou torcendo por você”, escreveu uma usuária.
- “Que mundo cruel” e “Tadinho” foram outras reações comuns que humanizaram a luta do pequeno “náufrago”.
Uma “Tradição” Indesejada
O fenômeno dos ratos “sobreviventes” em Juiz de Fora parece estar se tornando um termômetro recorrente da gravidade das enchentes na cidade. Esta não é a primeira vez que a fauna urbana local protagoniza cenas de drama durante temporais:
Em 2022: Um caso semelhante gerou comoção nacional quando outro roedor foi filmado abraçado a um poste para resistir à força das águas.
Para além do meme ou da curiosidade, a cena reflete um problema maior. O último temporal afetou cerca de 5 mil moradores da cidade, expondo a precariedade do escoamento urbano e como as enchentes desalojam de bueiros a residências, colocando todos — humanos e animais — sob o mesmo risco diante da fúria da natureza.
O episódio voltou a se repetir no ano seguinte, quando outro animal foi registrado agarrando-se ao tronco de uma árvore para resistir à força das águas na cidade.










