O Brasil registrou 1.482 focos de incêndio até anteontem, terça-feira, 22. Os dados são do sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que registrou um aumento expressivo em relação aos 369 focos do dia anterior. O bioma mais atingido foi o cerrado, com 602 focos, representando mais de 40% do total. O Maranhão liderou entre os estados, com 647 queimadas em 24 horas, seguido pelo Pará (226) e Piauí (197).
Entre os biomas brasileiros, cinco dos seis foram afetados. A Amazônia contabilizou 485 focos, mais de 30% do total. O Brasil fechou agosto com 68.635 queimadas, o maior índice em 14 anos e um aumento de 144% em relação ao ano anterior. Setembro foi ainda mais severo, com 83.157 focos de incêndio, o pior mês desde 2010. Até agora, em outubro, o país já acumulou quase 25 mil focos, totalizando 234.278 ocorrências em 2024.
Além do aumento no número de incêndios, o país enfrenta uma seca histórica, considerada a pior em 75 anos, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O inverno brasileiro, que normalmente marca o início da seca, foi intensificado por ondas de calor e uma antecipação da estiagem, impactando especialmente a Amazônia. A seca prolongada, intensificada pelo fenômeno El Niño e pelo aquecimento das águas do Atlântico Tropical Norte, tem agravado a situação.
Com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 2024 registrou dois recordes ambientais. Tanto o Pantanal quanto o cerrado nunca tiveram tantos incêndios florestais registrados em um primeiro semestre. De janeiro a junho, mais de 3,5 mil focos de calor foram identificados em cada um desses biomas, reforçando a gravidade da crise ambiental que o Brasil enfrenta.
Imagem: Joédson Alves/Agência Brasil