A indústria do luxo está no centro de uma polêmica que transcende etiquetas e coloca em debate o real valor das marcas. Vídeos publicados por fabricantes chineses nas redes sociais estão viralizando ao mostrar bolsas visualmente idênticas às icônicas Birkin, da Hermès, sendo produzidas por menos de US$ 1.400 um valor muito distante dos mais de US$ 35 mil cobrados no varejo.
Em meio à intensificação da guerra comercial entre China e Estados Unidos, fornecedores asiáticos vêm usando plataformas como TikTok e X para expor técnicas de produção, comparar materiais e oferecer versões “sem logo” diretamente ao consumidor global, com direito a frete grátis e até cobertura de taxas de importação. A estratégia desafia a narrativa de que o selo “Made in China” representa baixa qualidade e levanta discussões sobre exclusividade, originalidade e transparência na cadeia de produção do luxo.
O empresário Sem Bags, um dos rostos desse movimento, afirma que os mesmos materiais e técnicas das grifes são usados nas fábricas chinesas, a única diferença seria a ausência do logotipo. Usuários das redes reagiram com ironia, sugerindo que as grifes vendem, na verdade, status e ousadia.
A Hermès, por sua vez, nega qualquer terceirização para fábricas chinesas. A marca francesa afirma que suas bolsas são produzidas exclusivamente na França por artesãos altamente treinados e que cada peça pode levar até 40 horas para ser concluída. A empresa também reforça seu sistema de rastreabilidade e autenticidade como prova do valor agregado ao produto.
Por: Thays Garcia
Imagem: Reprodução internet