Cotijuba é daquelas experiências que a gente guarda no corpo e na memória. Um lugar onde o tempo desacelera, o verde se impõe e o acolhimento das pessoas faz a gente se sentir em casa. A cerca de 30 quilômetros do centro de Belém, a Ilha de Cotijuba é um tesouro escondido que guarda praias quase intocadas, ruas de terra batida, e uma paz difícil de descrever. Mas a gente tenta porque Cotijuba merece palavras bonitas.
“Cotijuba” vem do tupi e significa “trilha dourada”. E talvez não exista nome mais justo: caminhar por lá é mesmo como percorrer um caminho banhado de simplicidade, natureza e calor humano.
O que viver por lá
Logo que você chega pelo barco, vindo do Trapiche de Icoaraci, o mundo parece mudar. O agito da cidade fica para trás e se abre um cenário de praias de água morna, com gente simpática, sorridente e disposta a ajudar a hospitalidade é uma das riquezas de Cotijuba.
Entre as praias, vale destacar uma joia

Praia do Vai-Quem-Quer O nome já entrega o charme. Areia clara, águas tranquilas, perfeita para quem quer descansar de verdade.
Não há carros na ilha, e esse é um dos segredos do seu encanto. Você vai se locomover de bicicleta, moto, charrete, ou tuk-tuk , as famosas motorretes um veículo improvisado a partir de uma motocicleta acoplada a uma pequena carroceria com capacidade para até seis passageiros. Elas nasceram da criatividade dos moradores diante das limitações de transporte impostas pela geografia e pela proteção ambiental da ilha. Cotijuba integra uma APA (Área de Preservação Ambiental), o que restringe a circulação de veículos motorizados convencionais, preservando o sossego e o meio ambiente.

Comer bem, dormir bem, viver melhor
Um dos lugares recomendados é a pousada e restaurante Point da Ilha, localizada na charmosa Praia Vai-Quem-Quer. Simples, acolhedora , os restaurantes a beira da praia oferecem pratos amazônicos saborosos, com preços acessíveis e um atendimento caloroso que conquista quem passa por lá.
O ambiente tranquilo parece ter sido feito para fazer esquecer do mundo lá fora e à noite, essa sensação se intensifica, como se o tempo parasse só para permitir que cada um sinta a ilha com mais profundidade.

As pousadas da ilha são acessíveis e oferecem conforto sem ostentação. A maioria tem aquele clima de casa de vó onde a natureza entra pela janela e o café da manhã vem com suco natural e cheiro de bolo quente.
Como chegar

Vá até o Trapiche de Icoaraci (Rua Siqueira Mendes, 373) de ônibus, carro ou aplicativo.
Pegue um dos barcos com saídas frequentes a travessia dura cerca de 30 a 40 minutos e custa em média R$ 10 por trecho.
Há também opções mais baratas operadas pela prefeitura.
Só o percurso pelo rio já vale como passeio. É a Amazônia se exibindo em sua plenitude: céu amplo, mata ao redor e aquele silêncio de água que acalma até pensamento ansioso.
Muito mais que um destino, uma vivência

Cotijuba não é lugar para ver com pressa. É para sentir com o corpo inteiro. As ruínas do antigo colégio agrícola e do presídio desativado em 1970 são paradas obrigatórias para quem gosta de história.
E, no mais, deixe a ilha te levar. Converse com os moradores pescadores, artesãos, cozinheiras, jovens de bicicleta e descubra o que só se descobre ouvindo.
Cotijuba é uma ilha que te acolhe com afeto, te alimenta com sabores amazônicos e te oferece uma das coisas mais raras do mundo: tempo para simplesmente existir.
Dica final: leve sua câmera (ou seu celular) e prepare-se para registrar momentos mágicos. As imagens vão ser lindas mas nenhuma vai traduzir tão bem o que é estar lá quanto a lembrança que você vai levar de volta.
Por: Thays Garcia/ A Província do Pará
Imagem: Redação