domingo, dezembro 14, 2025
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5 livros de poesia que exploram identidade, memória e ancestralidade com força e sensibilidade

Autores e autoras que escrevem com o corpo, a terra e a ancestralidade  incluindo nomes da poesia paraense.

A literatura negra tem florescido com força e beleza no Brasil e no mundo, revelando vozes que mergulham fundo na identidade, resistência e ancestralidade. Neste cenário, a poesia surge como uma das formas mais intensas de expressão, revelando dores, memórias, afetos e lutas que por muito tempo foram silenciadas.

A seguir, indicamos cinco livros fundamentais para quem deseja conhecer  ou se aprofundar na produção poética de autores e autoras negras. Entre eles, está Negrita, de Michelle Lacerda, obra assinada por uma escritora negra paraense, que transforma suas vivências e ancestralidades em palavras fortes, sensíveis e necessárias.

A poesia é uma das formas mais potentes de expressão quando o assunto é falar sobre identidade, história e pertencimento. Através de versos que evocam memória, ancestralidade, resistência e afeto, autores contemporâneos têm construído obras marcantes que conectam o íntimo ao coletivo.

Confira as indicações e descubra obras que merecem um lugar especial na sua estante:

1. Çem Poesia – Tadeu Melo

Com uma trajetória literária construída ao longo de quatro décadas, o poeta paraense Tadeu Melo apresenta nesta obra uma coletânea de cem poemas que transitam entre tempo, memória, afetos e observações do cotidiano. Sua poesia tem um lirismo generoso e profundamente enraizado na experiência amazônica, revelando a beleza dos detalhes e a universalidade de vivências locais. Uma leitura que representa com sensibilidade a produção poética do Norte do Brasil.

Editora: Sundermann

2. Um Buraco com Meu Nome – Jarid Arraes

Jarid Arraes constrói em seus poemas uma ponte entre o pessoal e o ancestral. Com uma linguagem direta, intensa e afetiva, a autora borda histórias de dor, força e herança, revelando como a poesia pode ser espaço de cura e reconexão. Sua escrita coloca em evidência vivências negras femininas que resistem e se reinventam através das palavras.

Editora: Alfaguara

3. Cadernos Negros (Série) – Vários autores

Publicada desde 1978, a série Cadernos Negros é um marco na história da literatura afro-brasileira. A cada edição, reúne vozes potentes da poesia e da prosa que compartilham vivências atravessadas por racismo, afeto, ancestralidade e resistência. Os livros funcionam como um grande coro literário, no qual as vozes negras se entrelaçam para construir novas narrativas e expandir os horizontes da literatura nacional.

Editora: Quilombhoje

4. Poemas da Recordação e Outros Movimentos – Conceição Evaristo

Com sua escrita de “escrevivência”, Conceição Evaristo transforma lembranças, silêncios e dores em poesia. Seus versos partem de experiências cotidianas para alcançar o universal, sempre atravessados por afeto, resistência e ancestralidade. Este livro é um retrato sensível e poderoso de uma literatura que nasce da escuta do corpo, da memória e da história.

Editora: Malê

5. Flores de Alvenaria – Sérgio Vaz

Com uma poesia urbana e direta, Sérgio Vaz retrata a vida nas periferias brasileiras com sensibilidade e força. Em Flores de Alvenaria, ele transforma o concreto das cidades em cenário para afetos, sonhos e lutas. Seus versos encontram lirismo onde muitos veem apenas dureza e, por isso mesmo, sua escrita é tão necessária.

Editora: Global Editora

Leitura complementar: Negrita – Michelle Lacerda

Autora paraense, Michelle Lacerda apresenta uma poesia que pulsa a partir do corpo, da cidade e das memórias de uma mulher negra que observa e sente o mundo com intensidade. Negrita é um convite à escuta e à conexão com as raízes, atravessando vivências de ancestralidade, identidade e pertencimento. Com lirismo e contundência, é uma obra singular da nova produção poética brasileira.

Editora: Venas Abiertas

Seja por meio do resgate da memória, do enfrentamento das opressões ou da celebração das raízes, essas obras nos lembram que a poesia é, também, uma forma de existir no mundo com coragem, sensibilidade e voz.

Por: Thays Garcia/ A Província do Pará

Imagem: Arte Redação

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