terça-feira, julho 29, 2025
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Arte contemporânea da Amazônia ganha destaque internacional em festival na Suíça

A força criativa da Amazônia está conquistando o cenário internacional. Pela primeira vez, o Solar Festival, que acontece em Zurique, na Suíça, conta com uma programação conduzida por artistas paraenses: a cantora e compositora Aíla e a artista visual Roberta Carvalho. Juntas, elas apresentam ao mundo a potência da arte contemporânea produzida no Norte do Brasil.

O evento, que vai até esta segunda-feira (28), propõe uma imersão na Amazônia por meio da arte, da tecnologia e da ancestralidade. A programação reúne shows, instalações visuais, experiências em realidade virtual, oficinas e debates  tudo sob a curadoria das duas artistas amazônidas.

“Da Terra Firme pro mundo. Fico muito emocionada de vir de onde eu vim, e poder levar hoje a música do nosso Pará para outras fronteiras e ouvintes”, disse Aíla. Já Roberta destacou o caráter político da participação: “Raramente a região é vista como produtora de pensamento contemporâneo. Com essa programação, queremos marcar um território simbólico: o da Amazônia como centro de criação”.

Do Pará para o mundo

Aíla leva ao palco do Moods, uma das casas de shows mais importantes de Zurique, seu som vibrante que mistura pop amazônico, brega, zouk, lambada e carimbó. A parte visual do espetáculo tem assinatura de Roberta Carvalho, que também exibe sua obra de videomapping na fachada do Schiffbauplatz e na Ilha Saffa, com a instalação Symbiosis. Ela ainda ministra uma oficina na Universidade das Artes de Zurique (ZHdK).

As duas também apresentam no festival uma versão internacional de projetos que marcaram suas trajetórias no Brasil: o Festival MANA, que celebra mulheres da música amazônida, e o Amazônia Mapping, um dos primeiros festivais de arte e tecnologia da região. Agora, ambos ganham palco internacional.

Amazônia em realidade virtual

Outro destaque da programação é a mostra imersiva Amazônia Mapping VR, com experiências em realidade virtual criadas por artistas como Rafael Bqueer, Jean Petra, DJ Méury, Bianca Turner e PV Dias. A proposta é fazer o público europeu vivenciar sensações, sons e imagens da floresta amazônica com o uso da tecnologia.

Cultura como resistência

Desde 2019, o Solar Festival celebra a cultura brasileira em Zurique. Este ano, com o tema “Arte e Cultura como Catalisadores para uma Consciência Transformadora”, o evento foca na crise climática e na valorização dos saberes ancestrais.

Além das artistas paraenses, o festival também conta com apresentações do coletivo indígena Kayatibu (povo Huni Kuin), performance da artista indígena travesti Uýra Sodoma (do povo Munduruku), exibição de filmes da cineasta amazonense Keila Sankofa, e mesas de debate sobre o conceito de florestania  uma visão de pertencimento e cidadania amazônica.

A edição de 2025 reforça a ideia da Amazônia como um território de arte, resistência e inovação, onde se cruzam o passado ancestral, os desafios do presente e as possibilidades de um futuro sustentável e criativo.

Imagem: Divulgação

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