A designer de interiores Radharani Domingos, de 43 anos, viveu um drama após ingerir uma bebida alcoólica supostamente adulterada com metanol, em um bar na região dos Jardins, em São Paulo. O caso, que ganhou grande repercussão nacional, acende um alerta sobre os riscos do consumo de produtos sem procedência comprovada.
De acordo com o relato da vítima, publicado pela InfoMoney, o episódio ocorreu durante a comemoração de aniversário de uma amiga. No dia seguinte, Radharani começou a se sentir mal e percebeu alterações na visão. Ao buscar atendimento médico, foi inicialmente tratada como um possível caso de acidente vascular cerebral (AVC), mas exames detalhados revelaram a verdadeira causa: intoxicação por metanol, uma substância tóxica utilizada de forma ilegal na fabricação de bebidas alcoólicas falsificadas.
Radharani ficou 15 dias internada em um hospital da capital paulista e perdeu completamente a visão. Segundo os médicos que a acompanham, o quadro é considerado irreversível, uma vez que o metanol causa danos severos e permanentes ao nervo óptico. Ainda assim, a paciente mantém esperança de que avanços na medicina possam oferecer, no futuro, algum tipo de tratamento regenerativo.
“Acordei e não enxergava mais. Achei que estava sonhando. Quando me disseram que era permanente, foi desesperador”, relatou Radharani em entrevista.
O metanol é um álcool altamente tóxico que, quando ingerido, pode causar cegueira, insuficiência respiratória e até a morte. Em pequenas quantidades, o organismo o converte em substâncias extremamente nocivas, como o formaldeído e o ácido fórmico, que atacam o sistema nervoso e os olhos.
Casos como o de Radharani têm se tornado mais frequentes nos últimos anos, especialmente em festas e bares onde bebidas são vendidas sem controle de origem. Especialistas reforçam que o consumidor deve estar atento a sinais de adulteração, como preços muito abaixo do mercado, rótulos falsificados, ausência de lacres de segurança ou embalagens danificadas.
Autoridades de saúde de São Paulo informaram que o caso está sob investigação e que a Vigilância Sanitária deve intensificar as ações de fiscalização em bares e distribuidoras. O alerta também se estende a todo o país, especialmente durante períodos de festas e grandes eventos.
Emocionada, Radharani transformou sua dor em um apelo de conscientização:
“Quero que as pessoas saibam o que aconteceu comigo para que ninguém mais passe por isso. Uma noite de diversão não pode custar a vida ou a visão de alguém”, disse.
O caso levanta um debate importante sobre segurança no consumo e responsabilidade dos estabelecimentos, além de reforçar a necessidade de políticas públicas mais rigorosas contra a falsificação de bebidas alcoólicas no Brasil.
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