Uma expedição inédita batizada de “Banzeiro da Esperança” partirá de Manaus no dia 4 de novembro com lideranças indígenas, ribeirinhas, quilombolas, jovens e pesquisadores para percorrer os rios da Amazônia até Belém, onde se realizará a COP 30. O objetivo é conectar comunidades amazônicas às grandes discussões do clima, garantindo que suas prioridades, saberes e soluções apareçam no palco internacional.
Durante a jornada haverá paradas culturais, atividades formativas e encontros comunitários. Em Parintins a expedição registra evento simbólico entre os bois Caprichoso e Garantido; em Santarém haverá uma parada técnica. Ao chegar em Belém-PA em 7 de novembro, o barco será transformado em um centro cultural flutuante para receber oficinas, painéis de debate, rodas de conversa e apresentações artísticas voltadas para a cultura amazônica.
A proposta do Banzeiro da Esperança também envolve a elaboração da Carta da Amazônia, documento que reunirá propostas concretas de adaptação climática, conservação ambiental e fortalecimento da sociobioeconomia dos povos da floresta. Mais de mil pessoas participaram das atividades preparatórias, produzindo 71 planos de ação comunitária, dos quais 30 foram selecionados para integrar o projeto.
Essa iniciativa assume relevância especial porque coloca a Amazônia não apenas como cenário ou território a ser preservado , mas como sujeito ativo na agenda climática global. O fato de uma expedição navegar pelas veias fluviais da região para trazer essas vozes às negociações da COP 30 reforça o chamado por justiça climática: quem menos contribuiu para o problema são muitas vezes os que mais sofrem seus efeitos.
Imagem: Agência Pará









