Apesar do avanço nacional nas pautas de diversidade e inclusão, as mulheres
nortistas permanecem invisíveis para a grande mídia. De acordo com dados do
IBGE, 06 em cada 10 mulheres do Norte afirmam não se sentir representadas nos
meios de comunicação. O número evidencia uma lacuna urgente: a ausência de
vozes e imagens que contemplem a realidade e a pluralidade das mulheres da
Amazônia.
Enquanto regiões como Sudeste e Sul avançam na forma como representam suas
mulheres em novelas, jornais, campanhas publicitárias e redes sociais, o Norte
ainda é retratado sob estereótipos ou, simplesmente, ignorado. Essa invisibilidade
midiática impacta diretamente na autoestima, na identidade e no senso de
pertencimento das mulheres nortistas.
Historicamente, a mulher da região Norte foi reduzida a figuras folclóricas, exóticas
ou hipersexualizadas. O sotaque local é raramente ouvido em redes nacionais, a
estética amazônida não é valorizada como padrão de beleza, e o conhecimento
produzido por essas mulheres — seja acadêmico, ancestral ou comunitário —
segue negligenciado pelos centros de poder do eixo centro-sul.
Diante desse cenário, a publicitária e influenciadora social Dina Batista Carmona
criou o projeto Mulheres Fortes do Norte, com o objetivo de romper com a
invisibilidade e transformar a comunicação em uma ferramenta de inclusão e
protagonismo social.

A iniciativa atua com palestras, mentorias, curadoria de conteúdo e ações
formativas que impactam diretamente mães, empreendedoras, jovens e lideranças
comunitárias. O projeto oferece suporte, representatividade e ferramentas para o
fortalecimento de suas narrativas.
Mais do que promover representatividade, o Mulheres Fortes do Norte denuncia
uma estrutura histórica de marginalização e propõe novos caminhos para um Brasil
mais justo, plural e democrático — onde as mulheres nortistas sejam reconhecidas
como referência, potência e protagonistas de suas próprias histórias.