O câncer de testículo é a neoplasia maligna mais frequente em homens entre 15 e 35 anos. 95% dos casos afetam adultos jovens na faixa etária dos 15 aos 35 anos. Ou seja, em um período de plena atividade produtiva e reprodutiva. Isso reforça a necessidade de informar a sociedade sobre a doença, que representa de 1% a 5% do total de casos de câncer entre os homens, no Brasil.
Dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Ministério da Saúde mostram que entre 2014 e 2023 o câncer de testículo foi a causa da morte de 4 mil homens no País. De 2015 a 2024 foram realizadas 47 mil cirurgias por causa da doença.
Tumores bilaterais ocorrem em menos de 1% dos casos. Sendo assim, a necessidade de reposição hormonal e possível dano à função sexual são condições extremamente raras.
Na Assembleia Legislativa do Pará, o combate e prevenção ao câncer acontece por meio de projetos de lei, moções e diversas proposições. Está em andamento na Casa o PL nº 635/2023, de autoria do deputado Wescley Tomaz (AVANTE), que institui a Carteira de Identificação do Paciente Oncológico no âmbito do Estado do Pará, com o objetivo de simplificar o acesso a direitos e benefícios legais para pessoas diagnosticadas com câncer.
Saiba mais sobre a doença
O câncer de testículo é silencioso e pode passar despercebido. Por isso, é preciso ficar atento a sinais e sintomas:
• Aumento de volume em um dos testículos
• Nódulo ou endurecimento do testículo
• Dor ou desconforto
• Inchaço ou sensação de peso no escroto
• Dor nas costas, abdómen ou virilha
Em fases mais avançadas, sintomas e sinais de metástases podem estar presentes, como falta de ar, massa abdominal e emagrecimento.
FATORES DE RISCO
Um dos principais fatores de risco está associado à atrofia testicular decorrente de um defeito na migração do testículo, ainda na fase fetal. Os testículos se formam na cavidade abdominal e descem para a bolsa testicular antes do nascimento. Quando isso não ocorre de forma adequada, o risco de câncer de testículo aumenta.
Homens com criptorquidia (testículos posicionados fora da bolsa escrotal) possuem um risco 50 vezes maior de desenvolver câncer. Outro grupo com maior incidência de câncer de testículo são os homens portadores de infertilidade. Nesses casos, a presença de tumor pode ser a causa da diminuição da produção de espermatozoides.
AUTOEXAME
O autoexame testicular deve ser feito mensalmente, de preferência, após um banho quente, quando a pele do escroto está mais relaxada. É uma forma simples e eficaz de detectar alterações precocemente. Se perceber alterações, o homem deve procurar logo um urologista. Além de fazer o exame físico, o médico pode precisar de exames complementares.
“Muitos homens jovens negligenciam os sinais iniciais por desconhecimento, vergonha ou medo. É essencial quebrar o tabu sobre a saúde masculina”, alerta a oncologista Amanda Gomes, do Centro de Tratamento Oncológico.
DIAGNÓSTICO
Toda massa testicular encontrada na palpação, principalmente em adultos jovens, deve ser investigada como câncer, até que se prove o contrário. O diagnóstico tardio é preocupante, uma vez que são neoplasias com rápida progressão, fazendo com que mais da metade dos pacientes com tumor testicular chegue ao médico já com doença metastática. Esses pacientes apresentam possibilidade de cura em aproximadamente 75%, devido à resposta favorável desses tumores à quimioterapia e à radioterapia.
O trauma local (por pancada) não tem relação de causa no câncer de testículo.
TRATAMENTO
Essa doença tem até 95% de chance de cura quando diagnosticada precocemente. O tratamento correto consiste na retirada do testículo acometido. É raro a doença afetar os dois testículos.
Como a incidência é maior em homens jovens, muitos dos pacientes ainda não possuem uma família constituída. Sendo assim, o tratamento pode representar um grande impacto na fertilidade desses indivíduos. Após quimioterapia ou radioterapia, quase todos os pacientes têm a função do testículo remanescente gravemente alterada por um período de aproximadamente dois anos, quando um pouco mais da metade desses apresentam melhora importante com possibilidade de gravidez.
Por esse motivo, todos os pacientes sem família constituída podem ter a recomendação de congelamento de seus espermatozoides antes do tratamento definitivo, permanecendo assim a possibilidade de obtenção de gravidez por método de reprodução assistida.
Quanto ao aspecto estético, hoje são utilizadas próteses testiculares de silicone implantadas no ato da retirada do testículo sem deixar cicatrizes e imperceptíveis visualmente quando comparadas ao testículo normal.
Fonte e imagem: AID/Alepa