Pricila Almeida, vice-presidente da Associação dos Negócios de Sociobioeconomia da Amazônia ( ASSOBIO) revela como foi participar da Amazon Week na Europa e levar um pouco dos produtos da bieconomia do Brasil para o mundo.
Como foi participar da Amazon Week 2025 representando a ASSOBIO?
Pricila Almeida: Foi uma experiência emocionante e estratégica. Estar na Amazon Week em cidades como Berlim, Bruxelas e Paris nos permitiu mostrar o que a Amazônia tem de mais poderoso: uma economia viva, baseada na floresta em pé, que valoriza o conhecimento tradicional e respeita os territórios. Levamos para a Europa exemplos concretos de negócios sustentáveis que já impactam positivamente milhares de vidas na Amazônia.
Como foi a receptividade européia aos produtos da Amazônia?
Pricila Almeida: Quando você fala em Amazônia é inevitável o mundo prestar atenção. Por isso que a presença da ASSOBIO é tão importante, principalmente neste momento que a Amazônia vai sediar a COP30. Então, levamos produtos de nossos empreendedores que trabalham com açaí, cacau, copaíba e castanha, entre outros, mas sempre com foco na inovação, respeito à biodiversidade e fortalecimento das comunidades regionais.
3. Os europeus gostaram dos produtos que foram apresentados a eles?
Pricila Almeida: A receptividade foi muito positiva. As pessoas ficaram impressionadas com a capacidade de desenvolver produtos, que geram riqueza, mas com responsabilidade ambiental. Foi importante mostrar que a Amazônia não é só um bioma a ser salvo, mas também um território de soluções. Nossos produtos não são apenas mercadorias — são histórias, cultura, saberes ancestrais e uma nova lógica econômica. Queremos ser protagonistas desta nova visão de Amazônia no mundo.
4. A presença na Amazon Week pode trazer resultados concretos para a ASSOBIO?
Pricila Almeida: Sem dúvida. Essa visibilidade internacional abre portas para parcerias comerciais, acesso a financiamento verde, cooperação científica e novos mercados. Esperamos ver reflexos nos próximos meses com acordos, investimentos e mais apoio à nossa missão de desenvolver a Amazônia com justiça social e equilíbrio ambiental.
5. Como a ASSOBIO enxerga o papel da bioeconomia nesse novo cenário global?
Pricila Almeida: Acreditamos que a bioeconomia amazônica pode se tornar um modelo global de desenvolvimento sustentável. Ela une conservação, geração de renda e protagonismo local. O lucro, para nós, é uma ferramenta de regeneração, não de destruição. Queremos mostrar ao mundo que é possível empreender com propósito, e que a floresta tem muito a oferecer — desde que seja respeitada.
6. E quais os próximos passos da ASSOBIO após a Amazon Week?
Pricila Almeida: Nossa meta é chegar a 100 empreendimentos associados ainda em 2025. Continuaremos construindo pontes, promovendo a formação de lideranças comunitárias e fortalecendo as cadeias produtivas da sociobiodiversidade. A COP30, que será realizada em Belém, é outro marco importante no horizonte, e queremos estar lá com propostas concretas e força política para transformar o futuro da Amazônia. A floresta tem soluções reais para o mundo — e a Europa viu isso de perto na Amazon Week. Seguimos firmes, com orgulho de quem somos e do que representamos. A Amazônia é presente e futuro e a Assobio é uma importante mola propulsora para fazer essa conexão.
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