No Lago Sapucuá, localizado no município de Oriximiná, os moradores da Comunidade Casinha estão em festa após mais um ciclo bem-sucedido do Projeto Pé-de-Pincha, que possibilitou a soltura de milhares de quelônios nos rios da região. Desde 1999, a parceria entre o Programa de Pesquisa e Extensão da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), com o apoio da Mineração Rio do Norte (MRN), tem se destacado como um exemplo de conservação de quelônios em 31 comunidades dos municípios de Oriximiná e Terra Santa, na região Oeste do Pará.
Em 2023, mais de 86 mil filhotes de tartarugas-da-Amazônia, tracajás e pitiús foram devolvidos à natureza, garantindo não apenas a continuidade da espécie, mas também o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos locais. “O projeto foi pensado para trabalhar justamente a conservação dos quelônios de forma participativa, por meio da capacitação dos comunitários em técnicas de proteção de ninhos e de filhotes e a devolução desses filhotes para a natureza, para que possam ser recuperadas as populações naturais”, explicou Paulo César Andrade, professor da UFAM e coordenador-geral do Projeto Pé-de-Pincha.
A participação da comunidade é fundamental para o sucesso da iniciativa. Lourenço Amaral é um dos voluntários do projeto e integra as atividades desde 2016. “O Pé-de-Pincha ajuda na preservação dos quelônios e dos lagos como um todo. É uma preservação contínua. Já demonstra muita melhoria na conservação da biodiversidade. Espero que nós possamos ter mais pessoas trabalhando no projeto para que a gente cresça cada vez mais com a soltura, com a condução dos ovos para a chocadeira. Nisso tudo a comunidade pode ajudar”, garantiu.
Antônio Joaquim da Costa participa das atividades há 24 anos e, atualmente, ajuda na coordenação do Pé-de-Pincha. Ele compartilha sua gratidão pela oportunidade de contribuir com o projeto. “As ações são muito boas e eu me sinto muito feliz de estar na coordenação desse projeto e de ter a parceria da MRN porque ela é quem dá suporte para que o trabalho continue”, destacou.
Para a analista de Relações Comunitárias da MRN, Genilda Cunha, o sucesso do Pé-de-Pincha nos municípios de Terra Santa e Oriximiná reforça a importância da colaboração entre comunidades locais, instituições de pesquisa e a empresa na conservação ambiental na região Oeste do Pará. “Essa parceria protege os quelônios que são soltos na natureza e promove o equilíbrio ecológico que tanto buscamos. É com grande orgulho que a MRN participa dessa atividade, sempre contribuindo para o desenvolvimento sustentável da região”, declarou.
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