Em Vitória do Xingu, no sudoeste do Pará, o cacau está ganhando novos sabores e novas possibilidades de renda. Vinte produtores das comunidades Cobra Choca, Jacarezinho e Baixada participam, nesta semana, de uma oficina promovida pela Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) em parceria com a Copotran (Cooperativa dos Produtores Orgânicos da Transamazônica), focada na produção artesanal de geleias e licores à base de cacau.
A capacitação, realizada na comunidade Jacarezinho, oferece teoria e prática, passando por etapas como coleta, higienização e cozimento do fruto. A iniciativa faz parte de um movimento maior de valorização da cadeia produtiva do cacau, do plantio ao beneficiamento, agregando valor e renda às famílias agricultoras da região.
Um dos participantes é Roberto Mouzinho, de 50 anos, agricultor da comunidade Cobra Choca. Ele cultiva 15 mil pés de cacau no sítio Presente de Deus e já comercializa amêndoas e polpa tanto localmente quanto por meio da cooperativa. “O cacau é um fruto muito rico, com múltiplos usos. Nosso objetivo é sempre acrescentar importância, qualidade e utilidade”, afirma.
A média de plantio nas propriedades da região varia entre três e oito hectares. Parte da produção já é absorvida por programas como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e o Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar), além de abastecer o mercado nacional de chocolate.
Segundo Raimundo Barbosa Neto, chefe da Emater local, a verticalização da produção é estratégica para garantir sustentabilidade e renda: “É a integração de todas as etapas, da matéria-prima à comercialização, com subprodutos de maior valor agregado”, explica.
Já o presidente da Copotran, Marcos Roberto Santos, o “Marquinhos”, destaca o papel essencial da Emater no fortalecimento da agricultura familiar e mira longe: “Estamos de olho na COP-30, em Belém. Queremos representar a Amazônia cacaueira com força”
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