Oficinas regionais promovem diálogo com comunidades tradicionais e orientam sobre o Programa Nacional de Alimentação Escolar
A Emater Pará está mobilizando agricultores familiares de oito municípios do arquipélago do Marajó para incentivar a venda de alimentos à merenda escolar por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). As oficinas começaram em Breves, nos dias 10 e 11 de junho, e seguiram para Curralinho, nos dias 12 e 13, reunindo também representantes de Bagre, Gurupá, Portel, Muaná, Oeiras do Pará e São Sebastião da Boa Vista.
A ação é realizada em parceria com a UFPA (Cecane), a GIZ (agência de cooperação alemã) e instituições locais. O foco é aproximar agricultores, gestores públicos, comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas, promovendo o acesso ao Pnae como estratégia de geração de renda e segurança alimentar.
“O desconhecimento ainda é o maior obstáculo. Por isso, esse momento de escuta e orientação é fundamental”, explica o sociólogo Alcir Borges, supervisor da Emater na região.
Entre os produtos com maior potencial para abastecer as escolas estão açaí, camarão, peixes de rio, farinhas, frutas locais e até galinha-caipira. A nutricionista Hellen Moraes, da UFPA, reforça que a proposta vai além de nutrir: “A ideia é garantir comida de verdade, com alimentos frescos, saudáveis e ligados à cultura local”.
No Marajó, a iniciativa já gera frutos. O agricultor Cláudio Ferreira, de Curralinho, forneceu galinha-caipira para a merenda escolar em 2023 e viu sua produção crescer: “Com o dinheiro, investi na granja e aumentei a produção de ovos. Esse apoio é essencial”.
A Emater também reforça a importância de diversificar os alimentos oferecidos, aproveitando todo o potencial da biodiversidade local: abacaxi, cupuaçu, mingaus, sucos e sobremesas regionais são bem-vindos tanto no cardápio escolar quanto como fonte de renda para as famílias.
Imagem: Agência Pará