O remake de um clássico que poucos pediram.
Na era do reboot, da sequência tardia e da extensão exagerada de um universo cinematográfico, nada está a salvo de ser retocado ou refeito. É claro que há textos que se prestam à reinterpretação com preocupações contemporâneas, e alguns filmes interessantes, mas malsucedidos, podem se prestar a uma versão diferente. E seria bom se os esforços fossem direcionados a algo que não fosse tão carente quanto o novo O Corvo.
A nova adaptação dos quadrinhos dos anos 1980 – embora também mais voltado a um remake do fascinante e gótico filme estrelado por Brandon Lee – encontrou rejeição retumbante nos cinemas, não conseguindo arrecadar nem metade de seu orçamento de US$ 50 milhões.
Eric Draven (Bill Skarsgård) é um jovem torturado por seu passado que entra em uma clínica de reabilitação. Lá, ele conhece Shelly (FKA Twigs), com quem estabelece uma forte conexão. Os dois escapam juntos, mas fantasmas voltam para assombrá-los, levando ao seu assassinato. Mas Eric tem uma segunda chance e revive como um anjo vingador para coletar as almas daqueles que causaram seu infortúnio.
Refazer um filme como O Corvo não era a ideia maluca que parece agora, especialmente com um ator da estatura e do comprometimento de Skarsgård para moldar um personagem torturado e interessante. Seus esforços estão presentes na tela, embora não tanto em tudo o que acontece ao seu redor.
O Corvo: Uma fantasia deprimente
Muitas das decisões estéticas e estilísticas parecem profundamente aleatórias, embora bastante consistentes para um diretor como Rupert Sanders, cuja carreira é marcada por bilheterias fracassadas. Aqui, ele tem um material de base bastante pobre e quase nenhuma textura ou artesanato para realçá-lo ou, pelo menos, disfarçá-lo.
Em tempos de sucessos de bilheteria excessivamente seguros, os extremos mais sombrios e sinistros da fantasia podem parecer uma lufada de ar fresco. Mas, tirando uma cena de ação ultraviolenta notável que mostra a habilidade imortal de seu protagonista, O Corvo não chega nem perto disso.
O resultado pode ser visto na assinatura premium do Prime Video.
Reprodução: Adoro Cinemas
