Novo pacote de crédito, destinado a empresas impactadas por taxas impostas pelos EUA, terá juros de mercado e captação via LCD, sem impacto fiscal. A análise é de Gabriel Monteiro ao Agora CNN
O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a liberação de R$ 10 bilhões em crédito adicional para empresas que sofreram perdas de faturamento devido às novas taxas impostas pelos Estados Unidos desde o início do ano. Esta nova linha de crédito se soma aos R$ 30 bilhões já anunciados anteriormente no plano Brasil Soberano. A análise é de Gabriel Monteiro ao Agora CNN.
O novo pacote de R$ 10 bilhões será destinado exclusivamente a empresas que foram tarifadas em menos de 50%, incluindo aquelas que receberam tarifas de 10% ou tarifas setoriais aplicáveis a todos os países.
A linha de crédito operará com juros de mercado, estimados em aproximadamente 14%, diferenciando-se das taxas mais baixas oferecidas no pacote anterior.
O pacote inicial de R$ 30 bilhões, que continua em vigor, oferece quatro modalidades distintas de crédito: capital de giro operacional, para custear operações básicas; recursos para exploração de novos mercados, visando a diversificação das exportações; financiamento para investimento em máquinas, com juros reduzidos de 0,58% ao mês; e uma linha específica para investimentos em inovação.
A classificação das empresas para acesso ao crédito é baseada no impacto sofrido em sua receita total. O programa considera dois grupos: empresas com perdas entre 5% e 20%, e aquelas com perdas entre 20% e 100%, com juros variando entre 7% e 10%.
Um aspecto importante do novo pacote de R$ 10 bilhões é sua estrutura de captação, que será realizada por meio de LCD (Letras de Crédito do Desenvolvimento). Este mecanismo permite que o BNDES capte recursos diretamente com investidores para posterior repasse às empresas afetadas, eliminando assim qualquer impacto fiscal nas contas públicas.
