A Igreja do Evangelho Quadrangular no Pará está enfrentando um cenário de tensão sem precedentes, com disputas judiciais e acusações que colocam em xeque a unidade da liderança estadual. O pastor Lourival Matos Pereira, que há tempos afirma ser vítima de perseguição interna, intensificou sua postura de oposição e decidiu levar suas demandas à esfera judicial.
Lourival ajuizou uma Ação de Anulação de Alteração de Estatuto com Declaração de Nulidade de Ata no Tribunal de Registros Públicos de São Paulo, alegando irregularidades na condução da 70ª Convenção Nacional e da IV Convenção Nacional Extraordinária. A principal alegação é que a reforma estatutária aprovada na convenção não respeitou os procedimentos formais previstos no estatuto anterior, como a votação formal por dois terços dos convencionais presentes.
OBJETIVO DESSA AÇÃO
À vista uma ruptura onde o Pr. Lourival Pereira pretende suceder o Missionario Josué, atual presidente Estadual da Quadrangular do Pará.
Além disso, Lourival abriu ações criminais contra o presidente nacional da igreja, pastor Mário de Oliveira, acusando-o de calúnia e difamação. Nos bastidores, as ações ajuizadas por Lourival são para subsidiar seu discurso de perseguição e tentar se ver livre da obrigatoriedade de prestar contas das suas arrecadações em eventos, empresas pessoais e familiares, bem como dízimos e ofertas de cerca de 10 mil membros.
DISCURSO DE REBELDIA
Durante uma convenção estadual com mais de 4 mil participantes, Lourival aproveitou o palco para expor suas queixas contra a liderança nacional e Estadual. Ele acusou o Missionário Josué Bengson, figura central da igreja no estado, de manipulações e omissões, sugerindo um clima de perseguição por parte de suas lideranças.
Por outro lado, fontes próximas à liderança da igreja enxergam essa postura como uma tentativa de Lourival de consolidar seu nome como uma alternativa de liderança no Pará. “Tudo o que ele queria era uma oportunidade para firmar sua liderança, e eis que ela chegou”, avaliou uma pessoa próxima à direção estadual.
ACUSAÇÕES E REAÇÕES
No meio dessa crise, o Pr Mário de Oliveira e o Missionário Josué ainda não entraram com ações judiciais contra Lourival, mas questionam a narrativa de perseguição promovida por ele. “Quem está perseguindo quem?” , “ Quem, quer esconder o que? E “ Quem quer romper com a denominação? Sao as perguntas que ressoam entre os líderes e fiéis da igreja.
As denúncias contra o Pr. Lourival investigadas pelo Ministério Público, incluindo possíveis irregularidades na gestão de recursos e no uso de empresas são mais um elemento que apimenta o embate entre as lideranças.
UMA NOVA DISPUTA
O episódio ganhou ainda mais notoriedade após um episódio na convenção estadual, em que Mário de Oliveira, em um gesto de frustração, jogou o microfone ao chão após críticas públicas feitas por Lourival. Para muitos, o embate extrapolou o campo administrativo e tomou o campo jurídico por parte de Lourival para que não tenha que prestar contas de valores vultuosos que, em tese, sumiram.
Nos bastidores, cresce a especulação sobre o verdadeiro objetivo de Lourival. Será ele apenas um líder injustiçado pela cobrança de prestação de contas pela omissão buscando justiça, ou um aspirante à liderança estadual disposto a confrontar a atual gestão?
O QUE ESTÁ EM JOGO
A disputa entre Lourival e Josué é como uma guerra fria que envolve forças religiosas e políticas, e simboliza mais do que uma crise administrativa. Trata-se de uma batalha por controle e influência em uma das igrejas evangélicas mais significativas do estado. Para os fiéis, a preocupação está em como essa guerra de bastidores pode impactar a credibilidade da instituição e a unidade da congregação.
O momento exige cautela e mediação por parte das lideranças superiores, já que Lourival partiu para guerra judicial.
Enquanto isso, os próximos capítulos dessa disputa prometem intensificar ainda mais o clima de tensão dentro da Igreja Quadrangular no Pará.
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