A Ilha do Combu, localizada a poucos minutos do centro de Belém, no Pará, é um dos destinos turísticos mais promissores da região Norte do Brasil. Conhecida por sua beleza natural e rica biodiversidade, a ilha, que faz parte do arquipélago do Marajó, enfrenta o desafio de conciliar o aumento do turismo com a preservação de seus ecossistemas únicos. Em busca de soluções para esse dilema, a comunidade local tem se mobilizado para firmar parcerias que promovam um turismo sustentável, que respeite o meio ambiente e valorize a cultura tradicional da ilha.
A Ilha do Combu: Um Tesouro Natural
Com suas exuberantes paisagens de manguezais, rios e fauna diversificada, a Ilha do Combu tem atraído turistas que buscam vivenciar a Amazônia de uma forma mais acessível, sem abrir mão do contato com a natureza. A comunidade local, composta por pescadores e pequenos agricultores, também tem encontrado no turismo uma oportunidade para melhorar sua qualidade de vida, além de preservar seu modo de vida tradicional.
Porém, a falta de infraestrutura e o impacto ambiental crescente têm gerado preocupações sobre a viabilidade de um turismo em larga escala sem que isso afete o ecossistema da região. O que antes parecia ser uma solução de fácil acesso e fonte de renda, hoje se apresenta como um desafio para os moradores e ambientalistas, que lutam por um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
Parcerias para o Turismo Sustentável
A busca por parcerias para o desenvolvimento de um turismo sustentável é uma das principais prioridades da Ilha do Combu neste momento. Para isso, a comunidade tem buscado apoio de organizações governamentais, ONGs e empresas privadas que possam colaborar com o planejamento de um modelo turístico que integre a conservação ambiental com a geração de renda local.
Uma das primeiras iniciativas a ser discutida foi a criação de trilhas ecológicas e passeios guiados que destacam os aspectos mais importantes da biodiversidade local. “Queremos que o turista tenha uma experiência única, mas que entenda a importância da preservação do meio ambiente enquanto desfruta das belezas naturais da ilha”, afirma Marcos da Silva, um dos líderes comunitários que participa das discussões.
O Modelo de Turismo Sustentável: Benefícios e Desafios
O conceito de turismo sustentável envolve práticas que buscam minimizar os impactos negativos ao meio ambiente, ao mesmo tempo em que proporcionam benefícios econômicos e sociais às comunidades locais. Na Ilha do Combu, o modelo desejado é um turismo de baixo impacto, que favorece a conscientização ambiental e a valorização da cultura local, sem comprometer os recursos naturais.
Entretanto, a implementação desse modelo enfrenta alguns obstáculos. A falta de investimentos em infraestrutura adequada, como transporte, saneamento básico e acesso à internet, dificulta a atração de turistas de maior poder aquisitivo. Além disso, as ações de preservação exigem o engajamento de toda a população, o que demanda tempo e recursos para capacitação e conscientização da comunidade.
A comunidade local já percebeu os impactos do turismo descontrolado em outras partes da Amazônia e teme que, se a infraestrutura e os serviços não forem bem planejados, a ilha possa sofrer com a degradação ambiental, como aconteceu em outros pontos turísticos da região. O grande desafio, portanto, é criar um equilíbrio que permita o desenvolvimento turístico sem perder de vista a preservação do ambiente natural que atrai os turistas.
O Papel das Parcerias Público-Privadas
Uma das estratégias mais promissoras para a Ilha do Combu é a implementação de parcerias público-privadas. O governo estadual e municipal, por meio da Secretaria de Turismo, tem demonstrado interesse em apoiar iniciativas de turismo sustentável, principalmente no que diz respeito à capacitação dos moradores e à criação de infraestrutura básica para o setor.
Por outro lado, empresas do setor privado têm se mostrado dispostas a investir em projetos turísticos que atendam aos princípios da sustentabilidade. Algumas já têm se envolvido com a criação de espaços ecoturísticos e a promoção de produtos locais, como a gastronomia típica e o artesanato, como forma de engajar os turistas com a cultura da região.
“A Ilha do Combu tem um grande potencial, mas é necessário ter um planejamento estratégico que considere tanto os aspectos econômicos quanto ambientais. Precisamos de um turismo que gere empregos, mas que não cause danos irreparáveis à natureza”, afirma Carlos Almeida, um dos responsáveis pelo desenvolvimento de projetos ecoturísticos no estado.
Educação e Conscientização Ambiental: Pilares do Turismo Sustentável
Além das parcerias e investimentos, outro ponto fundamental para o sucesso do turismo sustentável na Ilha do Combu é a educação e conscientização ambiental. A comunidade local, em colaboração com organizações não governamentais, tem se empenhado em promover palestras e atividades que ensinam aos moradores e turistas sobre a importância da preservação dos manguezais, da fauna e flora locais, além das práticas de sustentabilidade.
O envolvimento das crianças e jovens também é visto como uma prioridade, com o objetivo de criar uma geração mais consciente e engajada na preservação do patrimônio natural da ilha.
O Futuro da Ilha do Combu
O futuro da Ilha do Combu depende de sua capacidade de desenvolver um modelo de turismo sustentável que seja benéfico para todos os envolvidos: moradores, turistas, governo e empresas. A busca por parcerias é essencial para alcançar esse objetivo, mas é preciso que haja um esforço conjunto para garantir que o desenvolvimento do setor turístico não prejudique os recursos naturais que tornam a ilha um destino tão especial.
Enquanto isso, moradores e visitantes continuam a desfrutar das riquezas da Ilha do Combu, na esperança de que, com planejamento e conscientização, a beleza da região possa ser preservada para as futuras gerações.
A Ilha do Combu é um exemplo claro dos desafios e oportunidades que o turismo sustentável pode oferecer. A busca por parcerias e soluções criativas para o desenvolvimento de um turismo responsável é fundamental para garantir que o destino continue a ser uma joia natural da Amazônia, sem comprometer sua biodiversidade e a qualidade de vida de seus habitantes. A sustentabilidade, portanto, deve ser vista não apenas como uma tendência, mas como uma necessidade para o futuro da ilha e da região como um todo, o destino é um dos mais cotados para o Turismo durante a COP 30 que ocorrerá em Novembro em Belém.
Texto: Ana Monteiro/Imagem: Reprodução
