Esportes como beach tennis, vôlei, handebol, que usam bastante os membros superiores, podem causar lesões importantes no ombro e cotovelo. Buscar orientação de um profissional é fundamental.
Não é segredo para ninguém que praticar esporte faz bem e é a opção de diversas pessoas que buscam uma vida mais ativa e saudável. O problema é quando iniciam a atividade sem antes buscar orientação de um especialista sobre a melhor forma de praticar uma modalidade e os cuidados que devem ter.
Um desses esportes que vem ganhando cada vez mais adeptos é o beach tennis. Isso porque é uma modalidade que oferece diversos benefícios, como o fortalecimento muscular, o ganho de condicionamento físico e o gasto calórico, ideal para quem procura perder peso. Ocorre que, por mexer com diversas estruturas do corpo, pode também provocar lesões se for praticado de forma inadequada.
“As principais são nos membros superiores. O local mais frequente é o ombro, seguido pelo cotovelo.”, destaca o ortopedista e traumatologista Geraldo Lima, do Hospital Maradei. “As lesões ocorrem geralmente por movimentos repetitivos ou pelo aumento da carga. Essa sobrecarga acontece quando a pessoa está sedentária e começa a praticar um esporte de grande movimentação.”, completa.
Segundo ele, o principal sintoma de lesões é o surgimento de dor durante ou após a prática do esporte. “Se essa dor persistir por dois ou três dias ou se é uma dor forte, que limita a realização de atividades básicas do dia a dia, é indicativo de alguma lesão.”, ressalta o ortopedista.
Empresário lesionou-se ao praticar beach tennis como se fosse tênis
O advogado e empresário Renan Gama Malcher, de 33 anos, começou a praticar beach tennis por diversão, sem qualquer instrução de um profissional. “É um esporte divertido, mas que exige muito de determinados grupos musculares. E a técnica é diferente de outros esportes de raquete. Tive uma lesão logo na primeira aula, com o aprendizado de técnicas mais específicas da modalidade.”, conta.
Ele explica que foi para a aula de beach tennis com a memória dos movimentos do tênis, esporte que praticou por muito tempo em quadras duras e de saibro. E quando começou a treinar umas das técnicas do beach tennis, sentiu a primeira fisgada ao tentar realizá-la da mesma forma que fazia no tênis.
“Apliquei muita força no movimento de cima para baixo, quando o certo seria de baixo para cima. Foi a receita certa para a lesão.”, lamenta Renan. Ao invés de procurar ajuda médica, o empresário subestimou a dor que sentiu. “Na manhã seguinte, fui fazer um treino de força de braço na academia e, no movimento de puxada de peso de cima para baixo, a lesão piorou e a dor ficou insuportável.”, relembra.
“Quando um jogador se machuca, é importante procurar a orientação de um ortopedista. É um profissional que tem papel fundamental na prevenção, diagnóstico e tratamento de lesões.”, observa o ortopedista Geraldo Lima. Segundo ele, o tratamento e o tempo de recuperação são variados. Depende da intensidade, local e gravidade da lesão. “A maioria das lesões podem ser tratadas com fisioterapia, fortalecimento muscular e melhora da técnica de jogo.”
Renan buscou ajuda médica e teve como diagnóstico tendinite no ombro e bursite. Precisou tomar medicamentos para dor e realizar sessões de fisioterapia. “Levou cerca de três meses para que eu não sentisse mais nenhuma dor.”, relata o empresário.
O ortopedista explica que a maioria das lesões não requer uma pausa total do esporte. O retorno à atividade deve ser gradual, com adaptações entre a frequência e intensidade do treino. “É preciso respeitar o intervalo de descanso entre as atividades, realizar um treinamento adequado da técnica e fazer fortalecimento muscular.”, orienta.
Mas Renan preferiu se afastar de vez do beach tênis. “Estou bem, mas respeitando a lesão que tive. Agora estou mais consciente sobre a importância do aprendizado das técnicas específicas para cada esporte e também do limite do meu corpo. As sessões de fisioterapia evoluíram para que começasse a fazer pilates, o que tem me ajudado bastante a prevenir novas lesões.”
O ortopedista destaca que os esportes que utilizam mais os membros superiores, como voleibol, tênis, handebol, beisebol, entre outros, necessitam de grande demanda biomecânica do ombro. E a dinâmica de cada modalidade deve ser entendida pelo ortopedista para que o tratamento alcance a melhora desejada. Mas ele reitera a importância da prevenção.
“Antes de iniciar a prática de qualquer esporte, é necessário fazer uma avaliação multidisciplinar e preparar o corpo para a atividade. O alongamento antes do exercício, o fortalecimento muscular e praticar o esporte sob a orientação de profissionais habilitados diminuem bastante o risco de exposição a lesões.”, orienta.
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