Durante o Jornal 102, apresentado por Aclecio Prata, o repórter André Ferreira, da cidade de Itabaiana (SE), relatou ter sido vítima de agressão e impedimento ao exercício da atividade jornalística enquanto apurava uma denúncia envolvendo a Secretaria Municipal de Assistência Social.
Segundo o repórter, sua equipe vinha recebendo informações de que veículos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) estariam abandonados na garagem da secretaria, apesar de estarem em condições de uso. Entre os automóveis, estariam carros doados pelo Governo Federal ao Conselho Tutelar, que deveriam estar sendo utilizados em serviços à população, mas permaneciam parados e se deteriorando.
Durante a visita ao local, André contou que registrava imagens dos veículos quando tentou se dirigir ao gabinete da secretária Osanir Chagas, irmã do prefeito Valmir de Francisquinho, para buscar esclarecimentos. Nesse momento, segundo o jornalista, uma funcionária da secretaria teria corrido em sua direção, chutado uma pedra e fechado o portão, impedindo sua passagem.
O repórter classificou o episódio como uma tentativa de obstrução ao trabalho da imprensa.
“Parecia que havia algo a esconder”, afirmou André durante a entrevista.
Ele ainda destacou que situações semelhantes têm se repetido na cidade.
“Não é um caso isolado. Jornalistas que fazem questionamentos à atual administração costumam ser hostilizados ou processados, enquanto a gestão privilegia quem apenas reproduz o discurso oficial”, declarou.
O caso reacende o debate sobre a liberdade de imprensa e o direito ao acesso à informação pública, princípios fundamentais para a transparência e o controle social.